segunda-feira, 24 de setembro de 2007

[doc-n] francine [mão]

A relação entre as pessoas hoje em dia é, e sempre será diferente da relação que nossos pais e avós viviam em suas épocas. Diante dessas passagens de épocas vividas dos nossos pais, avós e bisavôs ficam para eles somente lembranças e saudades de tempos tranqüilos e, a vontade de proporcionar o mesmo prazer que tiveram, para futuras gerações. Foram momentos insubstituíveis para eles e, seus relatos não transmitem por completo seus sentimentos vivenciados.
As conversas na janela, na varanda ou até mesmos na calçada de casa, são lembranças que deixam saudades. Tempos esses, onde meninas aprendiam e cuidavam dos afazeres de casa e, meninos tomavam conhecimento com os grandes mestres e chefes de famílias. Esses ensinamentos eram geradores de responsabilidade, respeito e admiração pelos mais próximos. Nesse contexto via-se um grande número de artesanato onde todos poderiam se beneficiar das experiências que eram passadas durante sua preparação. A mão tinha sua vez em todos os momentos, pessoas poderiam trocar experimentos e favores usando suas próprias mãos. Além dessa preciosidade feita com as mãos, tinha também o importante convívio social que ela proporcionava, esse fato dava a certeza que as gerações seguintes eram preparadas para dar continuidade de uma história. A pessoa que vivenciava aquele momento, com certeza colhia bons frutos e, essa experiência era contada como forma de educar o cidadão com qualidade.
Mas, hoje como educar um ser que vive isoladamente e para a era eletrônica? A industrialização desse mundo atual gerou a busca incessante pelo moderno, e conseqüentemente caiu no esquecimento aquela velha história contada pelos nossos avós – a experiência. A arte de contar foi se declinando tanto que as tradições culturais ninguém sabe vivenciar, muito menos contar seus ensinamentos para as gerações futuras. É impossível para aquele ancião transmitir para essa nova era seus prazeres e experiências obtidos no trabalho fragmentado, sabendo que essa mesma geração dá valor aos pobres apegos da tecnologia.
O desenvolvimento da técnica gerou seres que valorizam a comunicação que é transmitida pela televisão e internet em geral. A valorizando é tal, que chega a ser difícil combinar aquele almoço na casa da vovó, onde as pessoas se encontravam e aproveitavam para trocar idéias, infelizmente temos a disposição uma lista de pizzarias e China in box que leva seu almoço a qualquer hora do dia, pior que isso, são aqueles internautas que fazem sexo pela internet. São essas pobres experiências e vivências que eliminam a troca calorosa das mãos.
Se esse valor de convívio social já é substituído pela modernização, é mais difícil exigir a atenção desse ser para os velhos patrimônios, mesmo porque muitos deixam de carregar os acontecimentos marcados em épocas de seu uso, as experiências que ali foram marcadas se dissipam a cada ano que passa. Esses patrimônios com caras conservadas e envolvidos pelos vidros transmitem a frieza e a certeza que ali não se tem marca alguma que se identifique com o observador, são experiências que se ajustam ao mundo.
Viver de experiências pobres é gerar educação nenhuma para nossos possíveis contadores de história. Não quero dar as costas para o moderno, mas sim, resgatar o tratado das grandes virtudes, que é transmitida pelo contato e respeito entre os seres.

Esses anciãos se sentiam orgulhosos com suas experiências e de alguma
forma poder beneficiar as futuras gerações com seus relatos, mas infelizmente seus ensinamentos são vistos como meras anedotas.
Mal sabe a nova geração que trabalhos feitos manualmente são terapias para adquirir paciência,

Os artesãos sentem uma grande frustração por não conseguirem admiradores e ou interessados por aprenderem suas artes, devido a esse desinteresse os delicados bordados da vovó estão desaparecendo. São trabalhos que são feitos com paciência manual e dedicação.

links
http://www.opovo.com.br/opovo/vidaearte/725525.html
http://www.opovo.com.br/opovo/vidaearte/727295.html
http://www.itapedigital.com.br/rol/index.php?option=com_content&task=view&id=1843
http://gazetaonline.globo.com/jornalagazeta/cidades/cidades_materia.php?cd_matia=352936&cd_site=97
http://www.oprimeirodejaneiro.pt
http://www.jcnet.com.br/editorias/detalhe_geral.php?codigo=112311

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