sexta-feira, 24 de agosto de 2007

[doc-n] marco túlio [mentira]

De acordo com a autora Hannah Arendt, o processo de criação e educação dada às crianças está se tornando cada vez mais individual e solitária, dificultando assim, sua interação com a sociedade, e de vivenciar e reagir às novas experiências. Devido às constantes mudanças tecnológicas e culturais, elas passam a maior parte de suas vidas entre quatro paredes e se relacionando, cada vez mais, com menos pessoas, isso quando não passam a maior parte do tempo sozinhas. Isso faz com que elas percam o senso de coletividade.
O mesmo acontece com a atividade turística, onde a experiência de ir em loco esta sendo substituída pela pesquisa que, em muitas vezes, é realizada dentro de casa. Quando chegam ao local turístico, eles ficam condicionados a perceber somente o que lhes foram impostos por guias, agencias e seus pacotes turísticos e/ou pelas pesquisas realizadas em casa pela internet. Padronizando assim, sua percepção, interpretação e interação com os atrativos e a comunidade. Isto induz o modo como às pessoas vêem o patrimônio e faz com que não se importam em, entender e estudar, como as pessoas vêem o patrimônio. Ou seja, eles dão importância às versões oficiais e não dão importância às que não foram documentadas.
São nomeadas versões oficiais, partes da historia que são documentadas por instituições e museus. O passado é utilizado como um padrão para o presente e exige um processo criativo, pois, sempre faltarão informações sobre ele. Ou seja, nem sempre demonstrará a realidade, pois, não tem como voltar ou reproduzir o passado como ele realmente era.
A história inventada, manipulada (mentira) é uma construção ou reconstrução de um passado, é uma forma de manter o poder de um grupo sobre outro. É manipulada como fonte de autoridade e poder. Com o conjunto de verdades, mentiras e interpretações se formam uma historia oficial.
Então o que será verdade, mentira ou mera interpretação de uma historia oficial? É difícil saber. Sabe-se, que as lacunas existentes na historia abrem brecha para uma manipulação e/ou interpretação da realidade. Algumas verdades são escondidas, mal interpretadas ou sofrem mudanças ao longo de gerações, o que é normal, pois, uma história nunca é contada exatamente do mesmo jeito por duas pessoas diferentes, quanto mais por gerações e gerações diferentes. Algumas versões, não oficiais, são interpretações de um ponto de vista particular e devem ser entendidas como tal e não como mentiras. Devemos utilizar o bom senso para identificar o que é verdade, mentira ou mera interpretação de uma historia oficial.


links:

http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG78663-5990-483,00.html
: http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL91859-5603,00.html
http://www.terra.com.br/istoe/1924/internacional/1924_fantasma_de_hitler.htm
http://www.terra.com.br/istoe/1657/artes/1657_questao_de_fe.htm
http://www.terra.com.br/istoe/1959/brasil/1959_a_segunda_traicao_de_judas.htm
Sites
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG78663-5990-483,00.html
http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL91859-5603,00.html
http://www.terra.com.br/istoe/1924/internacional/1924_fantasma_de_hitler.htm
http://www.terra.com.br/istoe/1657/artes/1657_questao_de_fe.htm
http://www.terra.com.br/istoe/1959/brasil/1959_a_segunda_traicao_de_judas.htm

[doc-n] erika [mentira]

A educação a qual as crianças são submetidas hoje, segundo Hannah Arendt cria a infantilização frente à realidade em que se vive. Essa infantilização é gerada pela falta de interação com outras pessoas e realidades diferentes. Com isso o indivíduo não aprende a agir e suas reações frente à realidade são limitadas. No passado as brincadeiras infantis eram realizadas em grupos, hoje devido a mudanças culturais, sociais e tecnológicas, foram modificadas e inovadas para serem realizadas individualmente.
Com o isolamento os indivíduos não trocam vivências e não criam o senso de coletividade. A própria atividade turística acaba sendo realizada isoladamente, pois antes de realizar uma viagem, a pessoa coleta informações do local que será visitado e quando chega ao destino, os seus receptores acabam passando por meras “paisagens” locais. Não há interação entre o visitante e a comunidade, tornando individual a imersão nos patrimônios.
Essas mudanças culturais não acontecem rapidamente elas são gradativas, mas causam grandes impactos no mundo. A homossexualidade é um exemplo de mudança que estabeleceu aos poucos durante os anos, mas não se sabe realmente quando iniciou, tem se os registrado dos acontecimentos marcantes que foram divulgados e documentados. Outro exemplo é a dificuldade do ser humano de se expressar durante o século XVIII, o autor Peter Gay escreve sobre essa dificuldade e o uso de cartas e diários como forma de expressão.
Quando o indivíduo busca informações de um local, comunidade, fatos, mudanças culturais, sociais e econômicas ele está buscando pelo passado. O passado que é uma representação não fiel de uma realidade e que se faz conhecido por livros, fatos, objetos entre outros.
O estudo do passado deveria ter como objetivo o desenvolvimento da inteligência coletiva, compartilhar informações, acontecimentos e fatos. Mas o que se vê é a padronização, ou seja, o passado serve de padrão para o presente, não pode ser esquecido e sim preservado.
Por faltar algo que é inacessível para definir o ponto inicial de determinado acontecimento ou mudança na sociedade, o olhar se torna incompleto abrindo espaço para a imaginação e deduções, é, portanto um esforço criativo.
A inacessibilidade a fatos da história favorece a manipulação e invenção. A pesquisa de objetos conta uma parte da história, os fatos que foram narrados por terceiros sofrem modificações de acordo com a vivência dos mesmos. O conjunto de fatos, relatos e objetos pode ser modificado de acordo com os interesses, formando então o passado oficial. Um exemplo que ainda hoje causa muita polêmica com relação ao que é mentira e verdade é a história de Jesus Cristo. Existem muitas versões e desacordos, mas a história oficial ficou a critério da Igreja Católica, o que não impede a investigação dos pesquisadores a outras versões existentes. O guia turístico é outro exemplo, sua construção padronizada direciona e limita os visitantes em diversas localidades, pois eles ficam presos às versões oficiais sem se importarem com outras que não foram documentadas. As versões oficiais são documentadas e defendidas por instituições e museus, enquanto que as versões não oficiais geram longas discussões no presente.
O passado oficial se torna uma autoridade, visto que é uma construção daqueles que detêm o poder nas mãos. Com as inovações tecnológicas a padronização tende a diminuir abrindo oportunidades de percepção e interação entre os indivíduos e as diferentes realidades, fazendo o indivíduo conhecer a história com a visão e opinião ampliada e não mais limitada como acontece com o uso do guia turístico. As relações entre os indivíduos tornam-se o principal enquanto o patrimônio torna se o elo que irá influenciar a troca de informações.
O passado pode ser vivenciado com adaptações e inovações, mas não retroceder, pois isso remete a alterações sociais, políticas e econômicas. É a mesma coisa querer que os indígenas vivam isolados de novas realidades ou que o homem tenha o mesmo pensamento de 10 ou 30 anos atrás.
Portanto a partir do momento que existem novas e diferentes maneiras de vivenciar a realidade o passado deixa de ser uma autoridade e torna se base para inovações.

Conceito Chave: Mentira

Passado verdade ou mentira?
O passado oficial não constitui a verdade absoluta, mesmo porque os seres humanos são falíveis de erro e sempre terá uma parte da história inacessível. A parte inacessível seria o ponto inicial de uma mudança ou acontecimento que ficou marcado e influenciou na constituição da realidade que se vive hoje. Os erros que podem surgir são gerados das deduções ou das pesquisas realizadas.
Sendo o passado oficial defendido por aqueles que têm o poder nas mãos, alguns fatos são distorcidos ou escondidos para manter o controle da massa de acordo com seus interesses. Outros são criados através de deduções para evitar lacunas nas versões oficias.
As deduções e criações utilizadas para formar o passado são influenciadas pela a vivência de cada indivíduo, tendo também várias versões que não são consideradas oficiais, mas não podem ser consideradas mentiras, são pontos de vistas diferenciados de visões não limitadas. Verdade ou mentira os relatos que constituem o passado também passam de gerações para gerações e podem sofrer ou ter sofrido alterações não perceptíveis aos historiadores.
Não se deve esquecer o aprendizado obtido com o estudo do passado oficial, mas sim saber questionar o que vem a ser mentira, e se essa mentira está limitando a minha realidade. O questionamento também gera oportunidade de se vivenciar versões de um passado não oficializado, criando, portanto no indivíduo o senso de coletividade e renovando as interações humanas. Afinal a memória de uma sociedade não é constituída apenas de monumentos históricos.


links:

http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI1834815-EI302,00.html
http://noticias.terra.com.br/educacao/interna/0,,OI1830979-EI8266,00.html
http://noticias.terra.com.br/mundo/interna/0,,OI1834370-EI8143,00.html
http://www.estadao.com.br/geral/not_ger36021,0.htm
http://tecnologia.terra.com.br/interna/0,,OI1833140-EI4802,00.html

sites

http://www.comciencia.br/reportagens/501anos/br15.htm
http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=77
http://br.geocities.com/edterranova/raven074.htm
http://ceaa.ufp.pt/turismo3.htm
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20070814/not_imp34229,0.php
http://portal.vanzolini-ead.org.br/default.aspx?SITE_ID=167&SECAO_ID=1056

[doc-m] meire [biboquê]

A memória não sobrevive se seu suporte material for destruido,se sua forma concreta de ser evocada no presente não mais existir.Se os objetos que nos ligam ao passado e articulam a nossa permanência no mundo como continuadora de uma tradição,desaparecerem ou se tornam objetos de simples consumo,a própria cultura também desaparecerá.
A ligação essencial entre o nosso presente e passado,que é informado pelos nossos antepassados,enraizada no universo do simbólico e do material a nossa volta que não se resume à interpretação do passado mas cria o sentido do presente e as expectativas do futuro,que pode ser percebida nas narrativas que enunciam a passagem do tempo e da experiência que os indivíduos tiveram desta passagem, da percepção mesmo que o tempo muda não é igual enraizasse e pode ser evocada a partir dos objetivos que nos rodeiam.
A memória enraíza-se no espaço que nos rodeiam, na terra, nos objetos que usamos permitem relembrarmos.Os que tiveram contato com o um tipo de brinquedo por exemplo bilboquê, lembran-se dele, podem contar a sua trajetória,seu formato, como foi feito onde foi usado,e para que serve. Os brinquedos de hoje vêm de qualquer lugar, talvez por isso tem pouco valor simbólico e pareçam com tanta facilidade na vida das crianças.Não reconhecemos nestes objetos produzidos por mãos, e em lugares que não conhecemos os valores da manutenção da memória e da cultura.


Links

http://ppresente.wordpress.com/
http://ppresente.blogspot.com/
http://ajudaemocional.tripod.com/rep/id34.html
www.louramvi-spa.bogspot.com
http://www.citador.pt/pensar.php?op=9&theme=182

[doc-m] fernanda frechiani [biboquê]

Podemos perceber que o passado torna-se o padrão para se pensar hoje, remetendo a questão dos Índios, eles tinham uma relação bela com a natureza, não destruía, era uma época consideravelmente boa. Com base neste passado, usamos como modelo a idéia de uma vida tranqüila e bela.
Para entendermos melhor, lembra a questão da evolução para o homossexualismo. No século XVIII e XIX, as pessoas não tinham coragem de falar diretamente o que elas sentiam, de expressar o amor, então elas escreviam cartas e diários. Já no início do século XX, em Berlim, havia muita jogatina, alta inflação, e em meio a tantos acontecimentos, as pessoas achavam que a cidade iria acabar, foi aí que começaram a gozar da liberalidade do homossexualismo. Nos anos 60, começam a aparecer mulheres mais liberais, com sentimentos mais explícitos. A partir daí, uma nova cultura começa a se estabelecer, com escolas de samba GLS, o turismo com o segmento de GLS.
Considerando tal evolução, ainda não temos como saber de que forma esta mudança acontece e como realmente era antes, por mais que existam livros e fotos, não conseguimos escrever o passado de uma forma completa. Um exemplo disso é a história da Avenida Antônio Carlos, que por mais que busquemos informações, ainda ficará uma coisa incompleta, com dados que não temos acesso, partindo então para o imaginário, ou seja, buscando completar esta carência de informações através da imaginação.
Entramos então em uma questão polêmica, sendo “toda história inventada”, ou seja, ela não pára nesse passado, não existe uma imagem que é igual para todos, tornando-se uma construção manipulada, “um esforço de construção”.
Na realidade, um passado inventado é uma construção de poder, percebemos isso no mês de dezembro, época do natal, comemora-se o nascimento de Jesus, com trocas de presentes, aumentando o volume das vendas, levantando assim, um ponto em questão: mas Jesus não nasceu em março?
Temos que analisar o que é realmente oficializado como passado, um exemplo disso é o museu, mas isso não significa que não exista outra história, entendendo assim, que existem histórias que são oficiais e outras não.
Considerando assim que toda história é inventada, e se você mudasse o guia turístico? Talvez o turista fosse aproveitar mais a viagem, ele não seria induzido a visitar tais lugares citados no guia, ou seja, viveria a experiência do destino a ser visitado.
O interessante é a relação que o turista tem com a comunidade, e não a história e o objeto em si, pois tem que haver uma conversa, uma história contada.
Concluí-se então, que se deve produzir uma nova cultura, através da comunicação de massa estabelecer uma cultura, pois as pessoas experimentam os espaços de formas diferentes. Por mais que tentamos voltar ao passado, não significa que consigamos as informações com precisão. Nesta tentativa de retroceder, altera-se o sistema cultural e político, não sendo uma operação simples, por exemplo, vestir uma roupa de 1920, não significa que você conseguiu viver o passado.
“Nadamos no passado como o peixe na água, e não podemos fugir disso”. Hobsbawn

Conceito chave: Mentira

Em meio a tantos questionamentos, deparamos com informações que não temos uma verdade única, são visões diferentes, ou melhor, invenções diferentes. Já que toda história é inventada, não podemos acreditar em todos os fatos, considerando muitos, como uma mentira.


links

http://portal1.pbh.gov.br/pbh/pgESEARCH_CENTRO.html?paramIdCont=11468
http://www.ufmg.br/boletim/bol1537/sexta.shtml
http://www.planetaeventos.com/Turismo/turismo_gls.htm
http://www.hojeemdia.com.br/hoje.cgi?funcao=L&codigo=6000&data=0207&anopesq=2005
http://www.overmundo.com.br/guia/museu-historico-abilio-barreto-2
Infância:
http://www.faced.ufu.br/colubhe06/anais/arquivos/76SandroSilvaCordeiro_MariaPintoCoelho.pdf
Patrimônio:
http://www.cafecomletras.com.br/admv3/UPLOAD/image/LetrasdoCafe08.pdf
Reportagens:
http://www.revista.iphan.gov.br/materia.php?id=55
http://www.revista.iphan.gov.br/materia.php?id=123
http://www.cidadeshistoricas.art.br/saoluis/sl_arq_p.php
http://www.cidadeshistoricas.art.br/hac/especiais/esp_isfa_p.php
http://www.youtube.com/watch?v=VndIOAw2TNo
http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=160

Dica de filme: “Além do desejo”
SinopseCharlotte (Trine Dyrholm) é uma mulher de 32 anos que, após encerrar um longo namoro, muda-se de apartamento. Ela leva uma nova vida, saindo com alguns homens, mas sem buscar algo sério. Seu novo vizinho é o transexual Veronica (David Dencik), que mora apenas com seu cão em um bagunçado apartamento. Verônica assiste sempre as novelas na TV e gosta de se maquiar e depilar as pernas e rosto. Um dia Charlotte precisa de ajuda para mudar sua cama de lugar e, em busca de alguém que possa ajudá-la, conhece Verônica. Esta situação e ainda um assalto que acontece acabam por aproximá-los, fazendo nascer uma forte amizade.

[doc-m] vanessa [biboquê]

A palavra chave da aula do dia 10/08 foi biboquê. O biboquê é um brinquedo antigo, geralmente feito de madeira, onde se tem que acertar uma bola dentro de um orifício.
O biboquê, assim como o peão, o ioiô, o bambolê, o cata-vento, fantoches e bolinha de gude são brinquedos que nos remete a infância. Não a infância das crianças de hoje, que substituíram tais brinquedos por playstation, televisão e computador, mas sim os de nossos pais, que brincavam na rua com as outras crianças.
A aula passada teve como referencial teórico o livro “Sobre a História” de Eric Hobsbawn.
Através da leitura deste livro, foi discutido qual o sentido do passado e até onde é possível reproduzi-lo e trazê-lo para o presente.
A verdade é que reprodução de algo nunca é uma cópia fiel. É possivel “museificar” o passado, mas nunca trazê-lo de volta. Para exemplificar, foi falado sobre restauração. A grande questão deste tema foi: a restauração de prédios antigos ou monumentos, é uma forma de reacender o passado valorizando a cultura local ou é uma forma de apagar com as marcas do passado? Por um lado, a restauração pode apagar as marcas de uma época, mas pensando pelo lado do turismo, a restauração contribuiu para atividade, já que esta vende paisagens.
Uma questão importante foi levantada durante a aula: “ é justo que nossos filhos não vejam e não presenciem aquilo que pudemos ver e presenciar?” Seria maravilhoso que nossos filhos pudessem conhecer e viver todas as coisas boas que vivemos, mas nem sempre isso é possível e temos que lembrar também que provavelmente eles verão coisas que não poderemos ver. E por que não, ao invés dos pais apenas levarem seus filhos a prédios restaurados como uma forma de conhecer o seu passado, não apresentá-las a pessoas que fizeram parte da de sua infância e juventude, ou então contar histórias, ou quem sabe, ensinar a elas as brincadeiras como cantigas de roda ou mostrar-lhes brinquedos como, por exemplo, o biboquê, já citado antes.
A mesma coisa pode-se dizer à atividade turística. Por que os profissionais de turismo e também os turistas, se prendem tanto a prédios, monumentos e as histórias que se encontram nos livros? Este foi um tema bastante discutido em sala de aula. As pessoas relacionadas ao turismo deveriam se desprender do “discursso oficial” e criar o seu próprio guia turístico, onde pudessem conhecer os locais que quisessem, conversar com as pessoas fazem a história daquele local sem ficarem presos a uma pacote feito.

biografias:


Hannah Arendt

nascida em 14 de outubro de 1906, a teórica política alemã possuía um crescente envolvimento com o sionismo. Seus princiapis livros foram: “ A Origem do Totalitarismo”, “ A condição Humana” e “ Sobre a Revolução”

Walter Benjamin

nascido em 15 de julho de 1892 em Berlim, o historiador marxista tem como principais obras:” Via de Mão Única”, “Paris, Capital do século XIX” e “ Tese Sobre o Conceito de História”.


Livros e Filmes indicados:
Livro: Paixão Terna – A experiência Burguesa: Da Rainha Vitória a Freud, de Peter Gay.
http://www.dathabook.com.br/recomende.php?xid_mat_ind=230501
Filme:
Além do Desejo
http://www.cineinsite.com.br/filme/filme-fichatecnica.php?id_filme=32924

links:

[doc-m] carolina inês [biboquê]

HOBSBAWN, Eric. Sobre história. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.

Para Hobsbawn (1998, p.22), “todo ser humano tem consciência do passado (definido como o período imediatamente anterior aos eventos registrados na memória de um indivíduo) em virtude de viver com pessoas mais velhas”.
Segundo o autor, ao tornar-se membro de uma sociedade, o ser humano situa-se em relação ao seu passado, mesmo que apenas para rejeitá-lo.
O passado é, portanto, uma dimensão permanente da consciência humana, um componente inevitável das instituições, valores e outros padrões da sociedade humana. (HOBSBAWN, 1998, p.22)
O passado social formalizado torna-se mais rígido a partir do momento em que fixa o padrão para o presente. E, quando a mudança social acelera ou transforma a sociedade para além de um certo ponto, o passado deve cessar de ser o padrão do presente, e pode, no máximo, tornar-se modelo para o mesmo.
A crença de que o presente deva reproduzir o passado normalmente implica um ritmo positivamente lento de mudança histórica, pois, caso contrário, não seria nem pareceria realista, exceto à custo de imenso esforço social. Enquanto a mudança demográfica, tecnológica ou outras, for suficientemente gradual para ser absorvida, por assim dizer, por incrementos, pode ser absorvida no passado social formalizado na forma de uma história mitologizada e talvez ritualizada, por uma modificação tácita do sistema de crenças, pela distensão da estrutura normativa, ou por outras maneiras.
Não fosse assim, seria impossível ocorrer o significativo grau de mudança histórica cumulativa experimentado por toda sociedade documentada, sem destruir a força desse tipo de tradicionalismo normativo. Todavia, ele ainda dominava grande parte da sociedade rural do século XIX e mesmo do século XX, embora “o que sempre fizemos” deva ter sido claramente muito diferente, mesmo entre os camponeses búlgaros de 1850, do que havia sido em 1150. (HOBSBAWN, 1998, p.25)
Acrescenta o referido autor que a crença de que a “sociedade tradicional” seja estática e imutável é um mito da ciência social vulgar. Não obstante, até um certo ponto de mudança, ela pode permanecer “tradicional”: o molde do passado continua a modelar o presente, ou assim se imagina.
Dessa forma, torna-se possível encaixar dentro do contexto exposto acima as brincadeiras e brinquedos antigos como moldes do passado que até hoje encontram-se presente, citando-se como exemplo o biboquê, ou biloquê, brinquedo que consiste em uma bola de madeira com um orifício central e presa por uma corda numa espécie de suporte, onde através do movimento das mãos a bola deve se encaixar neste suporte.
Historicamente, há registros desse brinquedo em pinturas européias, indicando que ele era praticado nas cortes reais e aldeias do continente. Mas ele também esteve e ainda está presente em outras partes do mundo. No Japão, por exemplo, recebe o nome de kendama e na maioria dos países latino-americanos, de balero.
Ou seja, os brinquedos antigos, utilizados até os dias de hoje, destacam-se como “o sentido do passado como uma continuidade coletiva de experiência que mantém-se surpreendentemente importante (...)” (HOBSBAWN, 1998, p.32)
Segundo Hobsbawn (1998), o problema de se rejeitar o passado apenas surge quando a inovação é identificada tanto como inevitável quanto como socialmente desejável: quando representa progresso.
A inovação, tão obviamente útil e socialmente neutra que é aceita quase automaticamente por pessoas de algum modo familiarizadas com a mudança tecnológica, praticamente não suscita nenhum problema de legitimação. (...) Por outro lado, certas inovações requerem legitimação, e em períodos em que o passado deixa de fornecer precedentes às mesmas, surgem dificuldades muito sérias. (...) Paradoxalmente, o passado continua a ser a ferramenta analítica mais útil para lidar com a mudança constante, mas em uma nova forma. Ele se converte na descoberta da história como um processo de mudança direcional, de desenvolvimento ou evolução. (Hobsbawn, 1998, p.29-30)

biografias

eric hobsbawn

Proveniente de família judia, Eric Hobsbawn nasceu em 09 de junho de 1917 em Alexandria, no Egito. Filho do comerciante e boxeador amador Leopold P. Hobsbawm e de Nelly Grün, passou boa parte da sua infância entre a Áustria e Alemanha, de onde fugiu em 1933 para a Inglaterra devido ao início da perseguição nazista.
No ano de 1936, informa Roschel (2004) que Eric Hobsbawn ingressou no Partido Comunista, nessa época ele estuda no King''s College, em Cambridge, onde ficou até 1939. Em 1943, casou-se com a militante comunista Muriel Seaman, de quem se divorciaria em 1951. Em 1946, passou a integrar a seção de historiadores no PC, junto de nomes como E.P. Thompson e Christopher Hill.
Em 1947, Hobsbawn voltou para Cambridge para obter o título de PhD, depois, foi fellow no King''s College (entre 1949 e 1955). Hobsbawm foi, em 1952, co-fundador da influente revista de história "Past & Present" (Passado & Presente). Dois anos depois, visitou pela primeira vez a União Soviética, onde notou uma "desapontadora ausência de intelectuais". (ROSCHEL, 2004, p.01)
Em 1959, Hobsbawn publicou Rebeldes Primitivos, livro que fala dos movimentos camponeses ditos "primitivos" de resistência e protesto antimoderno (anticapitalista).
No ano seguinte, Hobsbawm tornou-se professor visitante da Stanford University. Em 1962, publica A Era das Revoluções (1789-1848). De acordo com Roschel (2004), este livro é o primeiro de uma quadrilogia formada por A Era das Revoluções, continuada com A Era do Capital (1848-1875) e A Era dos Impérios (1875-1914) e encerrada, em 1994, com A Era dos Extremos (1914-1991).
Ainda nesse mesmo ano, Hobsbawm casou-se com a professora de música Marlene Schwarz, com quem teve dois filhos. Cinco anos mais tarde, Hobsbawm é contratado como professor visitante do MIT (Massachusetts Institute of Technology). Em 1968, ela fez suas primeiras críticas severas à invasão soviética da Tchecoslováquia.
Em 1969, ele publicou sua célebre tese sob o título de Bandidos. Neste livro o historiador mostra que alguns chefes de bandos tinham consciência sociopolítica embrionária. Este livro é uma excelente ferramenta para melhor se compreender os cangaceiros brasileiros. É sabido que a palavra cangaceiro vem do tempo escravocratas da história brasileira. Nessa época, os negros fugitivos, quando capturados, eram submetidos à tortura em um instrumento conhecido por canga. A partir daí, principalmente no norte do país, todo marginalizado social que se revoltava era chamado de cangaceiro. (ROSCHEL, 2004, p.02).
Em 1971, Hobsbawm trabalhou como professor visitante da Universidade Nacional Autónoma de México (Unam). Dois anos mais tarde ele publica Revolucionários. Em 1975, publicou A Era do Capital. Alguns anos mais tarde, mais precisamente em 1982, trabalhou como professor visitante do Collége de France, em Paris. Depois, em 1984, foi professor visitante da New School for Social Research, em Nova York (EUA). Hobsbawm trabalhou em Nova York até 1997.
Destaca Roschel (2004) que no ano de 1984, saíram no Brasil as primeiras traduções dos três primeiros números da série História do Marxismo, organizada por Hobsbawm.
Em 1987 Hobsbawm publicou A Era dos Impérios e tornou-se membro do Comitê Scientifique auprès du Ministère de l''Education Nationale, na França. Em 1994, publica, no Brasil, o livro Era dos Extremos (Cia. das Letras) e com isso completa a sua famosa quadrilogia.
No ano seguinte, convidado pela Folha de S.Paulo, editora Companhia das Letras e Diners Club, Hobsbawm fez uma visita ao Brasil. Passou alguns dias na cidade de Parati (RJ) e depois fez uma palestra no Masp No dia 9 de dezembro de 1997, Hobsbawm foi o mediador do debate sobre a questão social do Brasil, no último dia da conferência "Brasil: Rumo ao Século 21", no Centro de Estudos Brasileiros, em Oxford, na Inglaterra.
Em 2000, Hobsbawm publicou o livro O Novo Século. Dois anos mais tarde saí a sua a autobiografia, intitulada Tempos Interessantes.
No dia 1º de agosto de 2003, Hobsbawm falou a respeito do novo império norte-americano na Festa Literária de Parati, no Rio de Janeiro.
Segundo Gebara (2003), Eric Hobsbawn foi reconhecido como um dos intelectuais mais influentes da segunda metade do século XX, Hobsbawn foi co-fundador da revista Past and Present e autor de uma vasta e abrangente produção acadêmica, escrevendo sobre variados temas, desde revoltas e rebeliões de camponeses e trabalhadores ingleses no século XVIII até uma obra sobre história social do jazz.
Apesar da variedade de assuntos que tratou, o intelectual manteve-se coerente com uma linha de interpretação histórica marxista durante toda sua vida. Sua atuação também ultrapassou as fronteiras da academia, tendo sido militante do partido comunista inglês durante décadas e permanecido ligado à ele mesmo após a dissidência de uma série de historiadores ingleses em 1956, devido a discordâncias com a política stalinista. (GEBARA, 2003, p.54)
Considerado um dos mais importantes historiadores atuais, Hobsbawm, além de velho militante de esquerda, continua utilizando o método marxista para análise da história, sempre a partir do princípio da luta de classes, defendendo até hoje seu compromisso com o comunismo.


links:
http://www.ronalddomingues.com/index.php?lang=2&s=economics&id=62
http://www.blogtematico.blogger.com.br/2007_07_22_archive.html
http://www.jornalismo.ufsc.br/arquivo/noticias/noticiassolidaria1.html
http://www.portoalegre.rs.gov.br/noticias/interna.asp?proj=82&secao=1500&m1=28600
http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?pid=S000967252002000200025&script=sci_arttext
ROSCHEL, Renato. Eric Hobsbawm – biografia. Disponível em <http://www.speculum.art.br/module.php?a_id=1074>, acesso em 16/08/2007.
<
http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?pid=S0009-67252002000200025&script=sci_arttext>, acesso em 14/ 08/2007.
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http://www.portoalegre.rs.gov.br/noticias/interna.asp?proj=82&secao=1500&m1=28600>, acesso em 14/ 08/2007.
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http://www.jornalismo.ufsc.br/arquivo/noticias/noticiassolidaria1.html>, acesso em 14/08/2007.
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http://www.blogtematico.blogger.com.br/2007_07_22_archive.html>, acesso em 14/ 08/2007.
<
http://www.ronalddomingues.com/index.php?lang=2&s=economics&id=62>, acesso em 14/ 08/2007.

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

carta

Carta de Berlim

Julian Gough*

Os artistas do mundo mudaram-se para Berlim. A cidade conta com estúdios, apartamentos e cerveja baratos. Ela é pobre, mas sexy. E dá para conseguir de graça uma cama elástica no caminho para o trabalho.

Estou caminhando pela Linien Strasse, uma rua bem residencial na ex-Berlim Oriental, a caminho do trabalho. Diminuo o ritmo da caminhada para observar um novo grafite. Um Banksy! E 16 novos trabalhos assinados por Calyba, ou Kalyba, um grafiteiro local tão incompetente que não consegue escrever corretamente o próprio nome.
Ah, uma bela cadeira na calçada. Dou meia-volta e a levo para casa. Depois, continuo a minha caminhada... Ah, uma pequena cama elástica. Não temos uma cama elástica. Levo-a para casa. Sem pressa. É um lindo dia ensolarado. Não há insetos. Berlim realmente não tem insetos. Não faço idéia do porquê.
Eu na verdade não conheço Berlim. Ninguém conhece, porque não existe tal lugar. O que existe é apenas um aglomerado apertado de vilas urbanas que não têm nada em comum, nem mesmo a história. Algumas delas eram comunistas até bem recentemente. Algumas eram capitalistas. Mas atualmente pode-se dizer que não são nem uma coisa nem outra. O comunismo não funcionou, e o capitalismo também parece andar bem abalado por aqui, com um índice de desemprego de 16% e uma enorme dívida municipal de 60 bilhões de euros. E a população obviamente não tem pressa para tentar novamente o nacionalismo e o socialismo. Berlim tem a imagem impressionante de uma cidade que deseja que as grandes idéias a deixem em paz por algum tempo.
Aqui em Mitte, as varandas estão despencando nos apartamentos da era DDR (Deutsche Demokratische Republik, a antiga República Democrática Alemã, ou Alemanha Oriental). A DDR não tinha cimento suficiente, de forma que utilizava uma quantidade maior de areia no concreto. Berlim tem muita areia. Berlim construiu uma cidade inteira sobre areia, desafiando o conselho bíblico. Talvez isto explique muita coisa.
Berlim! Cidade de mulheres confiantes e homens assustados! Berlim! Cidade de arquitetos deprimidos e de anarquistas felizes!
Depois de 1989 eles construíram para o futuro, e o futuro não chegou. Quem chegou foram os artistas. Centenas de milhares de artistas. Uma praga de artistas. De todos os lugares. O mundo terceirizou a sua produção artística em Berlim. Berlim é para a má arte moderna o que a China é para os gatos de plástico que acenam com uma pata para cima e para baixo em sinal de sorte.
Os artistas necessitam de três coisas: apartamentos, estúdios e cerveja baratos. Diversas cidades pequenas e subúrbios terrivelmente distantes oferecem esses três ingredientes. Mas os artistas, notoriamente irrealistas, também querem morar no coração de uma grande cidade que conte com um universo gay próspero, com um ótimo transporte público, com excelentes clubes noturnos e que transmita uma sensação algo nervosa de perigo, sem ser na verdade perigosa.
Berlim é atualmente a única cidade do mundo na qual cada assento é numerado. É uma cidade construída para 4,5 milhões de habitantes, mas que tem apenas 3,5 milhões. Nela há 100 mil apartamentos vazios, e mais edifícios industriais vazios do que cheios. A alguns minutos do museu de arte contemporânea de Berlim, o Hamburger Bahnhof, o artista Thomas Demand e o astro islandês da arte Olafur Eliasson dividem uma fábrica do tamanho da Lua. Pelo mesmo preço em Manhattan, perto do Museu de Arte Moderna, eles só conseguiriam pagar alguém para guardar os seus sapatos. Alguns dos seus sapatos.Mas, como gay berlinense, Klaus Wowereit, o prefeito que gosta da vida noturna, afirma: "Berlin ist arm, aber sexy". O "pobre, mas sexy" é o "I Love NY" de Berlim: a inscrição está nas camisetas. Ela irrita os moradores locais, e expressa uma grande verdade em uma pequena sentença.
O meu verdadeiro amor e eu fomos despejados da nossa casa em Galway, na Irlanda, por não pagarmos o aluguel (um escritor e uma artista tentando pagar um aluguel no centro da cidade no período de prosperidade Celtic Tiger! Entendem o que quero dizer? Desvinculem-se da realidade). O fluxo da história, expresso economicamente, nos empurrou para Berlim, como se fosse uma mão gentil pressionando as nossas costas. As empresas aéreas que oferecem passagens baratas reduziram aquela fricção que mantém os artistas parados no mesmo lugar. Nó emigramos pela Ryanair, por um euro. Todos os nossos bens, reduzidos a limite de bagagem da Ryanair. E os apartamentos de Berlim não têm sequer lâmpadas quando você muda-se para eles.
O lado positivo é que Berlim conta com uma economia de doação. Todos simplesmente colocam os seus objetos antigos na rua. Se você quiser recomeçar a sua vida de graça, da estaca zero, faça isso em Berlim. A cidade é um rio mágico de bugigangas velhas que nunca param de circular.
Há lojas em Berlim Oriental. De certa forma. Mas elas só vendem bolsas de um único fabricante, ou apenas bicicletas e carregadores de telefone, ou somente discos de vinil de segunda mão de uma certa ilha do Caribe.A velha piada comunista era: "Nós fingimos que trabalhamos e eles fingem que nos pagam". Ela transformou-se na nova piada capitalista: "Nós fingimos que administramos uma loja e vocês fingem que compram alguma coisa". Mas metade das lojas se constitui em galerias de arte. É como se fosse a idéia que uma criança pequena faria a respeito de uma economia equilibrada.Enquanto caminho pela Gormann Strasse, uma janela se abre e Rasmus Hansen põe a cabeça de fora e diz olá. Ele gerencia uma galeria de arte do seu quarto de dormir. Eu continuo andando, viro na Tor Strasse, passo por um ex-açougue, o Fleischerei, que tem freezers desligados cheios de obras de arte. Livros artesanais, camisetas artísticas e arte de verdade. Os caras sentam-se nos degraus da entrada, com uma expressão triste. O prédio tem um novo proprietário. Acima de nós há um andaime, envolto em plástico e com uma propaganda da Nike.Na esquina, a sex shop acabou de fechar as portas. A Brunnen Strasse está sendo reformada tão rapidamente que dá para ver o processo acontecendo em tempo real. As galerias de arte se espalham pela Brunnen Strasse como se fossem fungos em um sapato molhado nos trópicos. As galerias de Nova York estão abrindo filiais. Berlim é por um breve período o centro do universo da arte ocidental. Isso não durará muito. A ascensão, a queda. Tudo se movimenta muito rapidamente. Passo por dois andaimes. Estão desmontando a velha loja de ferramentas para fazer uma galeria. O jovem artista escocês Kevin Harman está de pé sobre um dos andaimes, fazendo uma escultura com o entulho da reforma. Sem permissão, sem trabalhar para uma galeria, apenas pelo prazer de fazer algo que não seja por dinheiro. Amanhã os construtores a tirarão dali. "Está ficando boa, Kev", digo eu. Subo no outro andaime e começo a fazer o mesmo.Mais um dia no escritório, na nova Berlim.
*Julian Gough é autor do livro " Jude: Level 1".