segunda-feira, 24 de setembro de 2007

[doc-m] matheus [bonitinho]

A aula do dia 14/09 teve início com a apresentação dos alunos Bruno e Inês, onde houve uma discussão sobre experiências vividas e comparando com o filme peixe-grande. Este filme reverencia o valor dos mitos capazes de superar a morte de quem conta e de ultrapassar a finitude dos eventos relatados. O pai busca a imortalidade por meio da espetacularização das experiências. Ele não as inventa - apenas exagera, para torná-las mais saborosas. O filme é dividido em blocos. Cada um deles é dedicado a um 'causo', uns melhores que outros, mas todos carregados de humor e amor pela vida. Tim Burton prefere o tom sentimental ao melancólico, a celebração da vida ao invés do luto pela morte. Parte desse apego pela existência pulsante é garantida pelos atores. Albert Finney e Ewan McGregor, como o pai velho e o pai jovem, são vulcões em erupção.
A imaginação tem um papel fundamental na construção da memória. A experiência não importa tanto, ou seja, o que aconteceu no passado, mas sim como o futuro poderá ser reconstruído a partir do passado. A vida não é uma questão de tempo e relógio, o que importa é que por meio das funções psicológicas e sociais da memória, trajetórias e alternativas de vida podem ser realizadas e refeitas. Valores são reconstruídos num presente. Estamos sempre preenchendo lacunas com o esforço da imaginação em busca de significados. Não existe o que está esquecido, haverá oportunidade de lembrar em outro contexto, em outro momento de outra forma, porque os restantes dos significados estão escondidos em nós e em nossas experiências de vida.
A mente não recorda todo o detalhe de um acontecimento, mas apenas alguns dados; preenchemos o resto baseado no que "deve ter sido". Para um acontecimento ficar guardado em longo prazo, uma pessoa tem de o perceber, codificar e ensaiá-lo, falar sobre ele, etc..
Pode-se perceber que no filme Amarcord mostra uma história que está baseada em lembranças esparsas, imaginações e sonhos. A cena em que vimos, foi à parte em que as pessoas se reúnem em uma praça para comemorar a chegada da primavera, com uma grande fogueira. Nesse caso a comemoração da primavera é uma forma de preservar a história que foi e esta sendo passada de geração em geração;
O passado não deve ser esquecido, mais sim cultivado, pois esse é o principal veiculo das maiores experiências, principalmente para ser um parâmetro para o presente e o futuro. Existem acontecimentos nas nossas vidas que não esquecemos jamais. Entretanto, nem tudo que nos acontece, fica gravado na nossa memória para sempre, é importante lembrar que a consolidação da memória ocorre no momento seguinte ao acontecimento. Assim, qualquer fator que aja nesse instante pode fortalecer ou enfraquecer a lembrança, qualquer que ela seja. Para que uma lembrança seja eficaz é indispensável à compreensão do objeto sobre o qual se polariza a atenção, condição essa que depende da afetividade e do interesse.
Depois de termos discutidos sobre experiências, recordações, e lembranças , o professor Frederico, pediu que cada aluno fizesse um trabalho relatando uma experiência histórica, utilizando papel, revista, cola, tesoura, fotos, imagens, letras de músicas, qualquer outra coisa. Logo depois ele começou a apresentação das experiências, a primeira delas foi da aluna Valéria que contou um caso sobre uma experiência própria. Essa escreveu sobre uma aluna que ela teve quando dava aula no primário. A Valeria contou a história da Amanda, e mostrou uma imagem de um neném que tinha recortado da revista, nesse momento surgiu uma frase que veio da aluna Graziele, “ai que bunitinho”, na verdade a foto montada pela Valéria, tinha ficado super original, mais a frase comentada ficou melhor ainda. Foi algo espontâneo o “que Bunitinho”, a simplicidade da palavra, expressada através de uma imagem criada pela experiência de outra pessoa.

Logo após, começaram a ser ouvidas várias histórias sobre diferentes experiências, e de cada aluno pude perceber algo especial, que marcou um momento diferente da vida, principalmente do passado de cada uma delas. Uma foi à experiência do professor Frederico, onde ele expôs uma história de como ele ingressou a Newton Paiva, sobre seu passado como professor na Ufmg. Contou sobre sua viagem a Recife, onde . plantou no solo duro das ruas transversais das grandes avenidas asfaltadas e de trânsito rápido do bairro, mudas de diversas de árvores. Seu relacionamento com a historia da comunidade, e sobre esse novo projeto que nasceu, pois em vez dele ir para a beira da praia beber cerveja e comer camarão, fez algo que poderá mudar a realidade da memória da comunidade local no futuro, uma experiência que ficará marcada para o resto de sua vida. Depois a Flávia contou a história do sonho de Priscila, relatando sobre suas peripécias; A Grazi e a Andréia, contaram uma história sobre uma viagem que elas fizeram no carnaval de 2007 para Diamantina. A Inês contou uma história de quando ela era criança na casa de seus avôs, relatando que ela e seus primos sempre corriam escondidos para beber vinho, e como hoje em dia esse ato ficou só na lembrança, pois todos já cresceram e o vinho já não tem mais um valor especial para ela, somente ficou na lembrança a imagem de um passado divertido.
Enfim, o grande negocio das experiências e histórias de vida, é como você as conta, pois esse é o diferencial para se obter êxodo na credibilidade do outro sobre aquilo que agente fala ou conta.

BIOGRAFIA
DOS AUTORES
Federico Felini
Fellini nasceu em 1920, em Rimini, pequena cidade litorânea da Itália. Começou como jornalista em Florença, na revista de humor "Marc Aurelio", demonstrando ser excelente desenhista e caricaturista. Logo depois, passou a escrever pequenos roteiros e piadas para comediantes. Seus mestres no cinema foram Rossellini, para quem trabalhou em vários projetos (inclusive "Roma, cidade aberta" e "Paisà"), adquirindo conhecimento da mecânica da produção audiovisual, e Lattuada, com quem co-dirigiu seu primeiro filme.
A inspiração neo-realista é evidente na primeira fase de suas obras, com muitos personagens populares, de fácil identificação e grande carga emocional. Pouco a pouco, contudo, a imaginação de Fellini foi superando seu compromisso com a realidade. Em "Oito e meio" já estão presentes o sonho, a fantasia e o grotesco, que formariam a matéria-prima de sua carreira.
Fellini escrevia roteiros, mas sempre a contragosto. Dizia que era uma pena transformar em palavras o que, na verdade, deveria ser transportado diretamente da sua imaginação para o filme. Gostava de improvisar, de trabalhar com não-atores e de não planejar muito sistematicamente sua rotina de trabalho. Sabia cercar-se de outros grandes talentos, que enriqueciam os filmes e davam um suporte seguro para suas "pirações": Giulietta Masina (atriz), Marcello Mastroianni (ator), Nino Rotta (músico), Tonino Guerra (roteirista).
Apesar de, em alguns filmes (principalmente em sua obra-prima "Amarcord" e no feroz "Ensaio de Orquestra") abordar temas políticos, Fellini não se sentia à vontade com cobranças ideológicas: "Minha natureza não é política; e o discurso político me confunde na maioria das vezes. Não o compreendo. Mas confesso isso como uma fraqueza, como uma de minhas carências."
Poucos diretores de cinema conseguiram marcar tão claramente seu estilo, a ponto de virar adjetivo. Dizer que tal filme ou tal personagem é "felliniano" significa identificá-lo com a estética ao mesmo tempo barroca e popular de seus trabalhos das décadas de 60 e 70, em que o exagero e a predileção pelo inusitado conduzem, na verdade, a uma reflexão séria - e muitas vezes cruel - sobre o cotidiano de seres humanos frágeis e anônimos. Em seus melhores filmes, como "Os boas vidas", "Julieta dos espíritos", "A doce vida", "Amarcord" e "La nave va", Fellini demonstra que o cinema pode ser absolutamente autoral sem perder sua universalidade.

Frederico Canuto
Um professor interessado no estudo, análise e produção de teoria, história e crítica urbana, de 30 anos, nascido em Belo Horizonte. Contou sua experiência em uma viagem a Recife. Na qual criticou o fato de viajar para apenas sentar e ver o tempo passar ou assistir coreografias perfeitas de uma infra-estrutura produtiva cujas engrenagens perfeitamente montadas expelem qualquer possibilidade do fortuito, do acaso, do erro.

INDICAÇÕES DE SITES RELACIONADOS AO TEMA ESTUDADO
http://historiasdocontador.blogspot.com/
http://www.ppghis.ifcs.ufrj.br/media/topoi5a2.pdf
http://cooperativas.sarava.org/node/23
http://www.planetanews.com/produto/L/48295/historia-cultural--experiencias-de-pesquisa-sandra-jatahy-pesavento.html
http://www.etapas.org.br/site/index.php?option=com_content&task=view&id=54&Itemid=1

NOTÍCIAS RELACIONADAS AO ASSUNTO ESTUDADO
http://www.revista.iphan.gov.br/materia.php?id=189
http://www.gazetaesportiva.net/reportagem/futebol/rep460.php
http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=447DAC001
http://veja.abril.com.br/311001/p_130.html
http://www.estado.com.br/editorias/2007/09/19/

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