sábado, 15 de setembro de 2007

[doc-n] eduardo [gases]

A aula do dia 27 de agosto aliou discussões sobre o turismo com a exibição do filme Mondovino. Os assuntos abordados no filme, em formato de documentário, tratavam de discussões que iam além do tema central que é o da cultura do vinho, tendo em vista os conflitos apontados no filme. O produtor, Jonathan Nossiter enfoca alguns países produtores de vinho, que são na maioria, onde ele viveu durante algum tempo de sua vida.
Mondovino trata sobre a cultura do vinho, onde o diretor Nossiter (especialista em enologia) documenta pontos de vistas diversos sobre a ocupação de vinícolas internacionais e de grande porte em regiões onde na maioria das vezes acabam sufocando pequenos e tradicionais produtores, bem como sobre um novo conceito: de que vinho pode ser produzido em qualquer lugar do mundo.
Dentre as diversas histórias e abordagens das pessoas que passam pelo filme, a que mais me chamou a atenção foi a da tradicional família De Montille da região da Borgonha, que mesmo entre eles, pai, filho e irmãos se dividem em opiniões sobre o vinho e como produzi-lo.
Com o passar do filme percebe-se um contraposto estabelecido entre as pessoas do filme que defendem o vinho terroir (típico da região francesa de Bordeaux) entendido como representante da tradição e de outro lado o vinho cada vez mais submetido a industrialização que representa o avanço da tecnologia. No entanto, não cabe argüir qual é o correto, uma vez que de certa maneira os defensores de cada lado são estimulados pelo medo da concorrência, onde ambos são produtores defensores de suas particularidades, e que estão inseridas em um mercado globalizado com tendências a massificação de gostos. Ainda pesando conforme exposto no próprio filme, como aconteceu com Roma dominando territórios e espalhando sua cultura, ainda hoje existe a necessidade humana de uma sociedade querer impor sua cultura àquelas que se mostram mais suscetíveis ou mesmo como algo insuficientemente visível e de maneira gradativa.
As indagações do filme ultrapassam o confronto entre tradição e tecnologia, instigam uma divergência entre interesses culturais e capitalistas, onde nenhum vence, mas sim continuam sempre em disputa, suportados por uma mídia globalizada.
O problema da imprensa, dos consultores, das grandes empresas que como poder de formação de opinião são expressas no filme através da relativa importância dada aos consultores como Michel Rolland que tenta que resolver todos os problemas com a técnica de micro-oxigenação e de Robert Parker (tido como) um conceituado crítico, que mesmo com seu nariz avaliado em 1 milhão de dólares possui em sua casa um cão que peida. Sobre este fato é interessante destacar conforme discutido na aula, como a imagem, pode ser submetida a julgamentos capazes de desbancar uma pessoa que depende de sua imagem.
Quanto a experiência expressa no filme, quando um guia turístico tenta ao passar algumas informações para visitantes implantar uma conexão entre a empresa e o turista, quando o essencial é que haja uma integração com o local a ser visitado e o que a pessoa possa vir a sentir. Neste caso, o exemplo das agências de viagens que distribuem souvenirs que estabelecem vínculo com a empresa, ao invés de vincular o turista com o local que vai será visitado com a distribuição de algo útil nesta viagem. Além disso, hoje em dia, as empresas ficam focadas em segmentar seu público alvo e não em segmentar o perfil de seus clientes/turistas oferecendo-lhes o que de acordo com suas preferências possa se tornar uma experiência mais valorizada de viagem.
Ainda sobre o exemplo do guia turístico da vinícola de Mondovani que tenta impor uma experiência aos visitantes passando-lhes o que o vinho deveria remeter-lhe em lembrança, a discussão fica voltada para que cada pessoa seja capaz de decidir sua própria experiência e não que lhe seja imposta.

Conceito Chave: Gases

O conceito gases serve para demonstrar tudo aquilo que nos cerca e que não percebemos, às vezes porque não queremos, somos influenciados a não perceber ou até mesmo sentir de uma maneira que não é aquela que sentiríamos se ninguém nos informasse.
Inúmeras são as formas de se perceber e experimentar algo, principalmente no que se concerne ao que as pessoas desejam sentir. No entanto, o importante é que se consiga aproveitar de alguma maneira todas as coisas que às vezes podem passar despercebidas.
O conceito chave da aula foi estabelecido a partir da seqüência do filme em que o produtor Nossiter entrevistando o enólogo número 1 do mundo (pelo menos na época da produção do documentário), descobre em sua casa um buldogue que devido a sua idade avançada tem problema de gases. Sendo assim, surge a interpretação de que a palavra gases seria um bom conceito chave tendo em vista a consideração de que ninguém vê os gases mas todo mundo sente.


Biografias
Jonathan Nossiter
[1] – Produtor do Vídeo/ Documentário Mondovino
Filho de Bernard D. Nossiter, um correspondente do The Washington Post, Jonathan Nossiter nasceu no ano de 1961 em Washington, DC. No entanto, quando tinha dois anos de idade sua família se mudou para a Europa, onde viveu em diversos países como Reino Unido, França, Grécia e Itália, e além do continente europeu, Jonathan também morou na Índia. Passou a se interessar por vinhos quando trabalhou em alguns restaurantes em Paris, quando depois se formou como sommelier (especialista em vinhos).
Apesar de Nossiter ter estudado artes em São Francisco e em Paris, ele descobriu que essa não era sua vocação e passou a estudar a antiga Grécia (falante de grego, francês e italiano) de onde teve seu primeiro contato com o cinema através da adaptação de um texto grego para a tela de cinema. Após sua graduação, ele dirigiu peças de teatro em Nova York e Londres, onde trabalhava em restaurantes para pagar suas contas.
Ele começou sua carreira de cineasta em 1987 como assistente do diretor Adrian Lyne em “Atração Fatal”. Seu primeiro filme foi em 1990, sobre Quentin Crisp e a vida boêmia em Nova York: “Residente Alien”. Dentre suas atuações pode-se citar: “Sunday”, “Signs and Wonders”, “Searching for Arhtur Penn”, “Losing the Thread”, “In the Shadow of Hollywood”.
Atualmente, morando na comunidade italiana em Manhattan, Nossiter divide seu tempo entre filmagens e consultoria sobre vinhos em restaurantes além de criar listas de vinhos para restaurantes de Manhattan.


notícias
Fonte: http://turismo.terra.com.br/interna/0,,OI123120-EI1419,00.html
Quarta-feira, 29 de agosto de 2007.
Fonte:
http://revistapaisefilhos.terra.com.br/seubebe.asp
Quinta-feira, 30 de agosto de 2007.
Fonte:http://www.cultura.gov.br/noticias/noticias_do_minc/index.php?p=29108&more=1&c=1&pb=1
Quinta-feira, 30 de agosto de 2007.
Fonte: http://jc.uol.com.br/2005/09/12/not_96731.php
Quinta-feira, 30 de agosto de 2007.
Fonte:http://negociosnainternet.blogspot.com/2007/08/novo-impulso-ao-marketing-do-turismo.html
Quinta-feira, 30 de agosto de 2007.

Links
- Entrevista enólogo Michel Rolland
http://amanha.terra.com.br/edicoes/200/entrevista.asp
- Benefícios do Vinho
http://www.al.rs.gov.br/ag/noticias.asp?txtIDMATERIA=157234&txtIdTipoMateria=1
- O turismo como espaço de interesse público
http://www.ouropreto.com.br/noticias.asp?cod=1630
- Enologia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Enologia
- Embratur mobiliza profissionais para promoção internacional do país.
http://institucional.turismo.gov.br/

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