sábado, 29 de setembro de 2007

ainda tens algo a fazer aqui

para k., os alunos da disciplina de estudos urbanos 04, turno noite, do centro universitário Izabela Hendrix, grazielle, bruno paiva e bruno rimulo do curso de turismo do centro universitário Newton Paiva

[texto (que deveria ter sido) apresentado no seminário "pensando o Modernismo', na mesa 'o lugar da cidade depois dos Modernos]

Hoje, apoiado no planejamento estratégico pós moderno formado pelo urbanismo, arquitetura, turismo, serviço social, marketing, economia, sociologia e diversos outros campos do saber responsáveis pela preservação e construção de monumentos como o Pelourinho, entrou desde os anos 80 no circuito de produção de capital cultural a cidade histórica, aquela descrita por Choay em seu livro Alegoria do Patrimônio como uma perda de seu caráter historial, vivido então, pois “tornando-se histórica, perde sua historicidade”[1]. Dando um passo à frente aos planos modernistas e proto-modernistas, onde a cidade antiga era um artefato cultural digno de um olhar museográfico e arqueológico, sendo objetos localizados no ponto final de grandes eixos perspectívicos no redesenho da cidade antiga; hoje, a cidade tem um uso específico: adequar-se a uma lógica produtiva onde a sua imagem e a vida por detrás dessa imagem são produtos a serem vendidos em planos de requalificação urbana, empreendimentos imobiliários presentes em jornais dominicais, guias turísticos, entre outros.
Tal como os modernos, a forma da cidade a ser preservada ainda é uma cuja imagem se caracteriza pela limpeza e imutabilidade, onde rastros, vestígios, marcas humanas devem ser retiradas a fim de apresentar o patrimônio como velha novidade e a vida, como um “estilo de vida”. Uma noção de cultura continua a se confirmar, apontando para o passado como verdade absoluta e irrefutável pela repetição infindável de modelos e práticas preservacionistas centradas no objeto, auxiliadas por termos e marcas publicitárias como ‘responsabilidade social’, ‘preocupação ambiental’ e ‘patrimônio cultural’.
Porém, as cidades não são monumentos imutáveis e caracterizados pela harmonia como expostos em planos totais como o que Le Corbusier projetava em seus desenhos de uma cidade moderna. Sabe-se desde a abordagem crítica marxista dos anos 70 que a cidade é produto de uma lógica cultural maior, no caso urbana, que contém aspectos econômicos, sociais, arquitetônicos e políticos dinâmicos e por isso mesmo, conflitivos. Assim, como coloca-nos HOBSBAWN em seu livro Sobre a História, no texto ‘o sentido do passado’, não é mais possível restaurar ou conservar um edifício sem considerá-lo “uma máscara para inovação pois já não expressa a repetição daquilo que ocorreu antes”. Trazer de volta uma edificação ou uma cidade através de mecanismos externos a sua própria lógica local, de acordo com o historiador inglês, significa o mesmo que congelar ou até mesmo extirpar o dinamismo que dá vida à cidade, retirando dela seu motor para a criação da vida, mascarando seu vir-a-ser, seu viver.
A cidade depois do Moderno não é uma repetição do Moderno, mas uma evolução possível a partir de suas excrescências, de suas margens e detritos, atravessando a máscara do passado colocada por Hobsbawn. Uma evolução que é lenta pois se dá nas rotinas diárias, nas pequenas narrativas, de diferentes tamanhos que vão desde a feiras de artesanato a capitais africanas baseadas quase totalmente na informalidade como Lagos, na Nigéria, vividos longe dos discursos oficiais ou das grandes narrativas históricas. A história da cidade é produzida na medida em que evolui rumo ao desconhecido, sob as ruínas de um passado que se torna incondizente com o cotidiano vivido e capitalizado na cidade, ou como Hobsbawn afirma que “quando a mudança social acelera ou transforma a sociedade para além de um certo ponto, o passado cessa de ser um padrão do presente”
[2], e caminha “[...]para um processo de tornar-se presente”[3].

Dessa maneira, entre o passado como autoridade e como parte de um processo de presentificação, encruzilhadas que jogam luz sobre a questão envolvendo a cidade e seu uso no cotidiano se colocam à frente. O uso do espaço no cotidiano produz marcas, vestígios de um gasto temporal nos edifícios, nas ruas. Se tais marcas do uso são a possibilidade de atravessamento da máscara do passado, fazendo-o tornar-se presente, então porque retirar tal dimensão vivida, limpando, revitalizando ou restaurando pinturas originais e retirando a ação do tempo de sua tessitura? Não seriam tais marcas medidas das ações que dizem respeito ao que deve ser motor para a inovação cultural – uma cultura baseada no passado e não estacionada nele? Não seria o uso o apontamento para uma outra possibilidade futura? Mais incisivamente: a história não seria espacialmente além de um produto material[izado] também um processo cultural que é engenhado pelo passar do tempo na matéria pela ação humana?
A partir dessas questões, o lugar ocupado pela cidade depois do moderno só pode ser problematizado se colocado em questão sua imanente existência como campo relacional que contém matéria e homem agindo sobre o espaço até a completa transformação física do último no cotidiano. Assim, a cidade é território a ser construído sempre provisória e permanentemente consciente de seu próprio devir de acabamento, a fim de dar lugar a outras estruturas e modos de viver no futuro. Sendo assim, a potência histórico-cultural transformadora da cidade reside na sua própria possibilidade de destruição pelo e no cotidiano.
A história sempre aponta para o fim de algo pela sua transformação, e não para a preservação imutável desse mesmo algo: sejam estruturas sócio-econômicas, sejam espaços construídos e vividos. A história aponta para o futuro e não para o passado, de onde se move pelo já acabado.
Cidade, palco e mecanismo que engenha relações entre pessoas, estruturas de poder e dispositivos tecnológicos tais como Internet ou automóveis é espaço de luta ou campo de batalha, como coloca Henri Lefebvre, no cotidiano. E é justamente esse movimento de luta, de ação, de acontecimento, que traz à luz um processo de envelhecimento, de marcação na matéria da cidade. O envelhecimento, tema recorrente que aparece mais instantaneamente nos nossos corpos como rugas na pele, ranhuras de uma hidratação que não se tem mais porque o corpo não produz mais água como antes quando se chega aos quarenta anos de idade, é algo a ser pensado agora para a arquitetura e cidade modernas. Deve-se aprender a envelhecer, tal como nos diz Hobsbawn em seu livro Sobre a História, num ensaio de vinte anos atrás. Caso contrário, revitalizar ou qualquer tipo de anúncio restaurador ou preservacionista não é nada senão trazer de volta uma materialidade desprovida de contexto histórico. Desse modo, se torna discurso político vazio e ferramenta ideológica de um modo de pensamento oficial atrelado ao poder sombreando histórias menores que passam ao longe ou marginalmente às grandes narrativas históricas e que são o locus de transformações culturais.

Apagando os rastros

No texto Experiência e Pobreza, o filósofo alemão Walter Benjamin aponta para o surgimento de uma cultura específica na Modernidade: a cultura do vidro, um novo “[...]ambiente que mudará completamente os homens”
[4].
Acusando o vidro de ser o inimigo do mistério, pois sua transparência não permite esconder nada, vai mais além ao chamá-lo de inimigo da propriedade. Não se pode “ter” ou apropriar-se do vidro porque qualquer marca que se possa fazer nesse material para demarcá-lo como “seu” tende a não se manter. O vidro é “tão duro e tão liso, que nada se fixa”, segundo o autor. A lisura do vidro faz escorrer qualquer marca de uso do mesmo.
Se “cada coisa que possuo se torna opaca para mim”, segundo André Gide citado por Benjamin, o vidro constrói uma experiência da assepsia, uma impossibilidade de afeto marcado sobre o objeto pois ele não pode tornar-se próprio e nem propriedade de alguém devido a sua transparência. O mesmo processo de envidraçamento, de inocuicidade se passa sobre o patrimônio construído, logo sobre a cidade, quando ela é considerada como objeto a ser mantido jovem eternamente e não como elemento que faz parte de um processo maior: de envelhecimento, de marcação, de possível acabamento, de construção de um futuro.
O patrimônio é alisado, através de sua consideração como objeto de restaurações e de renovações constantes, onde qualquer vestígio deixado em sua superfície, se não é parte da história oficial do próprio edifício descrito em livros, roteiros ou placas informativas postadas à frente do próprio edifício para explicá-lo, deve ser retirada e limpa, pois a sujeira não é algo da ordem do novo. Tal limpeza chama um paradoxo: retira do edifício qualquer possibilidade de dizer por si mesmo, sem qualquer tipo de ajuda didático-informativa, sobre seu tempo de vida. Tal como uma plástica que retira rugas, marcas da ação do tempo, é retirado do edifício sua própria razão de existir pois a informação contida nele, escondida ou retirada através de processos de raspagem e recuperação de uma pintura original, podem ser obtidas em outros lugares tais como diagnósticos ou livros didáticos. O que por sua vez é falacioso, já que a história dos livros e diagnósticos são uma história, e não toda a história.
Se nada pode aderir a tais arquiteturas pois os rastros humanos são constantemente apagados, ela não se torna própria, nem apropriada, por ninguém.

Não tens nada a fazer aqui

Qual a possibilidade de desempenho de algum papel vital e de vitalização por aquele que vai visitar ou até mesmo viver na cidade que não pode ser tocada, que é transparente, limpa de qualquer sinal de sujeira, de uso, de apropriação?
No mesmo texto Experiência e Pobreza, Benjamin discute o aconchego paradoxal irradiado pelo quarto burguês do século XIX. Cheio de bibelôs sobre as prateleiras, guarda-fogo diante da lareira e cortinas transparentes, todos elementos retirados das últimas tendências da moda, “[...] o interior obriga o habitante a adquirir o máximo possível de hábitos, que se ajustam melhor a esse interior que a ele próprio”
[5].
Todo o aconchego construído no interior burguês nada é senão cópia de um padrão adquirido sendo perpetuado pelos hábitos da classe. Transpondo para hoje, toda a interioridade e domesticidade construída em apartamentos de dois, três ou quatro quartos, assim como em cidades ‘históricas’, é dada por revistas de moda e outros dispositivos produtores de um consenso chamado “estilo de vida” - vida. Não há nada a se fazer nesse espaço pois sua dimensão vivida já foi cooptada por todos os instrumentos construtores de uma cultura de massa para a massa, não importa qual seja, onde esteja. A cidade torna-se um interior burguês para todas as classes.

Uma impossibilidade maior abre-se aqui: a de contar uma história, a de viver uma história cujo papel do usuário é vital pois é tal participação vitalizadora que dá vida à mesma. Segundo as palavras de Jeanne Marie Gagnebin sobre os conceitos de experiência e história de Walter Benjamin, “a arte de contar histórias torna-se cada vez mais rara porque ela parte fundamentalmente, da transmissão de uma experiência no sentido pleno, cujas condições de realização já não existem nas sociedades capitalistas modernas”
[6]. As condições, segundo ela, perdidas, são: a igual temporalidade entre quem ouve e quem narra; a artesanalidade da atividade produtiva, significando um conhecimento global do fazer articulado entre o gesto e a palavra; e a experiência fundada na dimensão prática.
Tomando tais condições como contexto de realização de passagens de experiências entre gerações, faz-se um paralelo com a cidade e o patrimônio histórico construído. Se não se pode tocar o edifício pois ele deve conservar a novidade, e quando é tocado, o toque é apagado ou não adere à superfície pois essa é envidraçada pelos hábitos adquiridos massivamente; isso significa uma impossibilidade de se tocar, de se ter um conhecimento tátil e usual, e de se construir uma lentidão, ritmo de aprendizagem do viver dia a dia no patrimônio, na cidade. Assim, já não se pode experimentar ou viver de outras maneiras, mas apenas através de visualizações rotineiras desse mesmo artefato, seja ele o edifício ou a cidade. Contar uma história, dizer de um processo vivido é tarefa impossível pois nada se tem ou se pode fazer aqui, pois tudo já está dado, imutável e certo.
A história oficial torna-se o único discurso. A cidade torna-se assim um livro a ser lido, sem ser discutido, usado, ou interferido.

Tens tudo a fazer aqui

Se a forma arquitetônica e a cidade só existem como tais no momento em que são habitadas, e não habitações, fazendo um paralelo com a mudança paradigmática da noção de habitar [o mundo] para habitat [um espaço cuja função é morar] durante a Modernidade [segundo Lefebvre em O Direito a Cidade], é possível dizer que o patrimônio só pode ser considerado na sua dimensão cultural e histórica se vivido na rotina, habitado então. Isso significa dizer que ele não é, mas se constrói como tal, como espaço a habitar, a medida em que ele torna-se habitável. Por isso, a cidade só é base de compreensão do passado para a construção de um presente e futuro se ela puder ser usada até, potencialmente, seu acabamento. Isso depreende um movimento dos objetos para o processo de produção dos mesmos, de apropriação, de afetação. Nesse caso, quanto mais deteriorado um edifício determinado por um uso contínuo ao longo da história de sua existência, maior foi ou ainda é sua possibilidade de produzir vida a partir de suas paredes quebradas, tijolos amarelados, vidros sujos, telhados sem telhas. Ele existe como parte da história, mas não é modelo de uma. Ele é o que for deixado para trás e o que pode ainda ser objeto de marcas porque produz vida.
Desloca-se aqui a cidade como objeto a ser compreendido como artefato histórico para uma concepção da mesma baseada em uma vivência, uma vida. Assim, a cidade depois do Moderno só pode ocupar um lugar onde seja colocado em questão o território urbano como espaço de luta pela vida através de sua própria vivência no cotidiano, esse último espaço vivido dos anúncios publicitários, das favelas, das ruas e vias de trânsito rápido, dos shoppng centers.


[1] CHOAY, F. Alegoria do Patrimônio. p.191.
[2] HOBSBAWN, E. Sobre a História. p.25.
[3] Ibid Idem. p.30
[4] BENJAMIN, W. Magia e Técnica. p.118.
[5] Ibid Idem. p.118.
[6] Ibid Idem. p.10

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

[doc-m] vivian [bonitinho]

A aula do dia 14/09 teve início com a apresentação dos alunos Bruno Paiva e Inês Mattar.
Logo depois o professor passou uma parte do filme: Amarcord. Autor: Federico Fellini.

É um filme com momentos poéticos, irônicos, plenos de sensibilidade e com uma alegria comedida.
“Amarcord” é o "eu me lembro" de Federico Fellini, recordação/reinvenção, entre a fantasia e a realidade, da adolescência do mestre italiano, retrato irônico e carnavalesco da Itália provinciana dos anos 30 na iminência da II Grande Guerra. Numa pequena vila na costa do Adriático, Titta é um jovem que cresce sufocado pelo ensino católico, pela ordem fascista e por uma atmosfera familiar opressiva. Entre o sonho e a realidade. Titta vai vivendo uma série de momentos que ficarão, para sempre, como recordações indeléveis: a passagem do transatlântico Rex, o rali das Mil Milhas, a morte da mãe, etc.
"Amarcord" não tem história linear, com começo, meio e fim. Mais do que isso: além de fragmentada, a narrativa nem sempre é realista, pois está baseada em lembranças esparsas, imaginações, sonhos. "Amarcord" não tem mocinhos nem bandidos. Mais do que isso: o personagem principal, um adolescente chamado Titta, não está envolvido em nenhuma ação espetacular, a não ser que consideremos sua incursão entre os seios enormes da bilheteira uma ação espetacular. "Amarcord" não segue a cartilha do cinema americano. Segue a cartilha de Fellini.
Em contrapartida, "Amarcord" tem uma coleção completa de signos cinematográficos da mais alta qualidade. Tem um roteiro que "amarra" a trajetória de Titta com total segurança, criando nexos entre as cenas e dando a cada novo personagem (e são muitos) uma significação única e sempre forte. A mulher mais gostosa da cidade ("La Gradisca"), o vendedor ambulante, o acordeonista cego, a imensa charuteira, a freira anã, todos eles, mesmo com pouco tempo na tela, estão vivos, palpitantes, verdadeiros. Os roteiristas Tonino Guerra e Fellini sabiam que simplesmente listar lembranças não seria suficiente: era preciso criar um encadeamento lógico, em que a passagem do transatlântico funciona como um clímax, um orgasmo coletivo dos habitantes da pequena vila costeira.
"Amarcord" também tem uma das mais belas trilhas da história do cinema. Todas as músicas, além de apoiarem a imagem com total eficiência, funcionam independente do filme. E isso é muito raro, quase inexistente. "Amarcord" também tem fotografia inspirada, montagem sensível, direção de arte irrepreensível.
À primeira vista, é um filme simples, quase singelo, mas, na verdade, é um concerto sinfônico, em que cada um dos instrumentos cumpre modestamente seu papel. É a soma de todos esses timbres que fornece a essência mágica do produto final. Finalmente, não dá pra esquecer que "Amarcord", ao mesmo tempo que é um filme intimista, sobre um garoto que descobre a si mesmo, também é um filme político, sobre a Itália fascista, sobre a alienação de um povo, sobre a preguiça latina, sobre a acomodação dos seres humanos a regras estúpidas, formuladas por seres humanos igualmente estúpidos, mas muito poderosos, capazes de criar os eficientes signos fascistas e gerar líderes monstruosos como Mussolini.
"Amarcord" não será esquecido jamais, nunca sairá de moda, nunca parecerá velho (o que aconteceu com "Oito e meio", por exemplo). Eu lembro de "Amarcord". Eu lembro daquela sessão do cinema Vogue. Eu lembro que os seres humanos são capazes de criar emoção com pedaços de plástico e sal de prata. E gerar artistas geniais como Fellini. Amarcord (1973) Duração: 127 minutos. Direção: Federico Fellini. Roteiro: Tonino Guerra e Federico Fellini. Fotografia: Giuseppe Rotunno. Música: Nino Rota. Produção: F.C.Produzione (Roma) e PECF (Paris). Elenco: Bruno Zanin (Titta), Pupella Maggio (sua mãe), Armando Brancia (seu pai), Nando Orfei, Ciccio Ingrassia, Magali Noel. Oscar de melhor filme estrangeiro.

Biografia

FEDERICO FELLINI (1920-1993)
Fellini nasceu em 1920, em Rimini, pequena cidade litorânea da Itália. Começou como jornalista em Florença, na revista de humor "Marc Aurelio", demonstrando ser excelente desenhista e caricaturista. Logo depois, passou a escrever pequenos roteiros e piadas para comediantes. Seus mestres no cinema foram Rossellini, para quem trabalhou em vários projetos (inclusive "Roma, cidade aberta" e "Paisà"), adquirindo conhecimento da mecânica da produção audiovisual, e Lattuada, com quem co-dirigiu seu primeiro filme. A inspiração neo-realista é evidente na primeira fase de suas obras, com muitos personagens populares, de fácil identificação e grande carga emocional. Pouco a pouco, contudo, a imaginação de Fellini foi superando seu compromisso com a realidade. Em "Oito e meio" já estão presentes o sonho, a fantasia e o grotesco, que formariam a matéria-prima de sua carreira.
Fellini escrevia roteiros, mas sempre a contragosto. Dizia que era uma pena transformar em palavras o que, na verdade, deveria ser transportado diretamente da sua imaginação para o filme. Gostava de improvisar, de trabalhar com não-atores e de não planejar muito sistematicamente sua rotina de trabalho. Sabia cercar-se de outros grandes talentos, que enriqueciam os filmes e davam um suporte seguro para suas "pirações": Giulietta Masina (atriz), Marcello Mastroianni (ator), Nino Rotta (músico), Tonino Guerra (roteirista). Apesar de, em alguns filmes (principalmente em sua obra-prima "Amarcord" e no feroz "Ensaio de Orquestra") abordar temas políticos, Fellini não se sentia à vontade com cobranças ideológicas: "Minha natureza não é política; e o discurso político me confunde na maioria das vezes. Não o compreendo. Mas confesso isso como uma fraqueza, como uma de minhas carências."
Poucos diretores de cinema conseguiram marcar tão claramente seu estilo, a ponto de virar adjetivo. Dizer que tal filme ou tal personagem é "felliniano" significa identificá-lo com a estética ao mesmo tempo barroca e popular de seus trabalhos das décadas de 60 e 70, em que o exagero e a predileção pelo inusitado conduzem, na verdade, a uma reflexão séria - e muitas vezes cruel - sobre o cotidiano de seres humanos frágeis e anônimos. Em seus melhores filmes, como "Os boas vidas", "Julieta dos espíritos", "A doce vida", "Amarcord" e "La nave va", Fellini demonstra que o cinema pode ser absolutamente autoral sem perder sua universalidade.

Frederico Canuto
rofessor interessado no estudo, análise e produção de teoria, história e crítica urbana, de 30 anos, nascido em Belo Horizonte. Contou sua experiência em uma viagem a Recife. Na qual criticou o fato de viajar para apenas sentar e ver o tempo passar ou assistir coreografias perfeitas de uma infra-estrutura produtiva cujas engrenagens perfeitamente montadas expelem qualquer possibilidade do fortuito, do acaso, do erro.
Com o objetivo de fazer e mover-se em direção a outros lugares que desconhecia, viajou para Recife com o intuito de ajudar no ajardinamento do mundo.
Chegando a Recife, não podia deixar de experimentar os quitutes nordestinos como: cuzcuz, macaxeira, inhame, carne de sol ao molho bolonhesa, entre outros.
No dia seguinte Frederico pulou na carroceria do caminhão velho azul de Fernando e foi a Engenho do Meio, um bairro de recife. Plantar no solo duro das ruas transversais às grandes avenidas asfaltadas e de trânsito rápido do bairro, mudas de diversas árvores.
Foi convidado, depois de conhecer uma pessoa, dono de um caminhão que iria ajudar a plantar árvores na rua, há três horas atrás, à ir em sua casa, conhecer sua família e filhos já grandes e que moram fora. Proximidade que não tem seu bairro, em sua rua, ou com poucos amigos, mas que ali pareciam imanente à voz arrastada, delicada, acolhida dos recifenses.
No último dia de sua viagem, Frederico passeou pela praia de boa viagem, nadou em um recife de corais, que fazia anos que não experimentava.
Foi a exposições numa galeria do banco real e numa outra, de fotografias. Conversou andando pelas ruas, comprou quadros de basquiat de um pintor de uma feira que se tornou pintor depois de um curso de extensão no senac.
Assim retornando para sua cidade, trazendo consigo todas as lembranças e recordações de sua viagem.
Dando continuidade a aula, o professor pediu para contar uma história, podendo ser verdadeira ou não, usando os recursos de textos trazidos pelos alunos, tesoura e cola. Na qual deveria ser escolhido uma das palavras chave para desenvolver a história. As palavras chave eram: Biboquê, sonho, vinho, chapinha de cabelo ou peixe grande.
Dando encerramento a aula o professor passou a palavra chave de discussão da próxima aula. (Bonitinho), que de tudo o que estudamos se faz referência a alguns temas importantes, como história, passado, experiência, etc.. A palavra bonitinho apareceu em meio a uma apresentação da aluna Valéria, expondo sobre uma experiência vivida no seu passado, onde ela mostrou um imagem de um bebe, que foi recortada de uma revista, com a intenção de personalizar sua história. Nesse momento o impacto da foto se juntou com a imagem feita ou criada na mente pela história que estava sendo contada. O objetivo dessa ligação da imagem com o acontecimento é apreender da experiência das gerações, a partir das vivências anteriormente relatadas ou atualmente vividas e compartilhadas através de histórias ou casos.
Logo após, começaram a serem ouvidas várias histórias sobre diferentes experiências dos alunos, onde podemos aprender um pouco sobre a maioria das pessoas que tomam como certa a frase “a experiência é a melhor professora”. De fato, se você refletir sobre seu passado, sem dúvida, vai mostra que a experiência lhe trouxe lições inestimáveis.

Notícias
http://blog.estadao.com.br/blog/carranca/?title=pequeno_grande_mundo&more=1&c=1&tb=1&pb=1
http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/julho2006/ju329pag11.html
http://www.plenarinho.gov.br/noticias/reportagem-especial/presidentes-do-parlamento-jovem-visitam-camara
http://www.overmundo.com.br/overblog/capitulo-2-o-metodo-cheio-de-experiencias
http://www.comciencia.br/reportagens/memoria/14.shtml

Sites
http://www.etapas.org.br/site/index.php?option=com_content&task=view&id=54&Itemid=1
http://www.portalsbgc.org.br/sbgc/foruns/printable.asp?m=954
http://www.klepsidra.net/klepsidra12/foucault.html
http://noticias.uol.com.br/inter/efe/2004/01/26/ult1766u1362.jhtm
http://library.unesco-iicba.org/Portuguese/Math_Serie/Math_pages/Artigos/Ensino_e_Aprendizagem_de_Forma_Criativa.htm

[doc-m] matheus [bonitinho]

A aula do dia 14/09 teve início com a apresentação dos alunos Bruno e Inês, onde houve uma discussão sobre experiências vividas e comparando com o filme peixe-grande. Este filme reverencia o valor dos mitos capazes de superar a morte de quem conta e de ultrapassar a finitude dos eventos relatados. O pai busca a imortalidade por meio da espetacularização das experiências. Ele não as inventa - apenas exagera, para torná-las mais saborosas. O filme é dividido em blocos. Cada um deles é dedicado a um 'causo', uns melhores que outros, mas todos carregados de humor e amor pela vida. Tim Burton prefere o tom sentimental ao melancólico, a celebração da vida ao invés do luto pela morte. Parte desse apego pela existência pulsante é garantida pelos atores. Albert Finney e Ewan McGregor, como o pai velho e o pai jovem, são vulcões em erupção.
A imaginação tem um papel fundamental na construção da memória. A experiência não importa tanto, ou seja, o que aconteceu no passado, mas sim como o futuro poderá ser reconstruído a partir do passado. A vida não é uma questão de tempo e relógio, o que importa é que por meio das funções psicológicas e sociais da memória, trajetórias e alternativas de vida podem ser realizadas e refeitas. Valores são reconstruídos num presente. Estamos sempre preenchendo lacunas com o esforço da imaginação em busca de significados. Não existe o que está esquecido, haverá oportunidade de lembrar em outro contexto, em outro momento de outra forma, porque os restantes dos significados estão escondidos em nós e em nossas experiências de vida.
A mente não recorda todo o detalhe de um acontecimento, mas apenas alguns dados; preenchemos o resto baseado no que "deve ter sido". Para um acontecimento ficar guardado em longo prazo, uma pessoa tem de o perceber, codificar e ensaiá-lo, falar sobre ele, etc..
Pode-se perceber que no filme Amarcord mostra uma história que está baseada em lembranças esparsas, imaginações e sonhos. A cena em que vimos, foi à parte em que as pessoas se reúnem em uma praça para comemorar a chegada da primavera, com uma grande fogueira. Nesse caso a comemoração da primavera é uma forma de preservar a história que foi e esta sendo passada de geração em geração;
O passado não deve ser esquecido, mais sim cultivado, pois esse é o principal veiculo das maiores experiências, principalmente para ser um parâmetro para o presente e o futuro. Existem acontecimentos nas nossas vidas que não esquecemos jamais. Entretanto, nem tudo que nos acontece, fica gravado na nossa memória para sempre, é importante lembrar que a consolidação da memória ocorre no momento seguinte ao acontecimento. Assim, qualquer fator que aja nesse instante pode fortalecer ou enfraquecer a lembrança, qualquer que ela seja. Para que uma lembrança seja eficaz é indispensável à compreensão do objeto sobre o qual se polariza a atenção, condição essa que depende da afetividade e do interesse.
Depois de termos discutidos sobre experiências, recordações, e lembranças , o professor Frederico, pediu que cada aluno fizesse um trabalho relatando uma experiência histórica, utilizando papel, revista, cola, tesoura, fotos, imagens, letras de músicas, qualquer outra coisa. Logo depois ele começou a apresentação das experiências, a primeira delas foi da aluna Valéria que contou um caso sobre uma experiência própria. Essa escreveu sobre uma aluna que ela teve quando dava aula no primário. A Valeria contou a história da Amanda, e mostrou uma imagem de um neném que tinha recortado da revista, nesse momento surgiu uma frase que veio da aluna Graziele, “ai que bunitinho”, na verdade a foto montada pela Valéria, tinha ficado super original, mais a frase comentada ficou melhor ainda. Foi algo espontâneo o “que Bunitinho”, a simplicidade da palavra, expressada através de uma imagem criada pela experiência de outra pessoa.

Logo após, começaram a ser ouvidas várias histórias sobre diferentes experiências, e de cada aluno pude perceber algo especial, que marcou um momento diferente da vida, principalmente do passado de cada uma delas. Uma foi à experiência do professor Frederico, onde ele expôs uma história de como ele ingressou a Newton Paiva, sobre seu passado como professor na Ufmg. Contou sobre sua viagem a Recife, onde . plantou no solo duro das ruas transversais das grandes avenidas asfaltadas e de trânsito rápido do bairro, mudas de diversas de árvores. Seu relacionamento com a historia da comunidade, e sobre esse novo projeto que nasceu, pois em vez dele ir para a beira da praia beber cerveja e comer camarão, fez algo que poderá mudar a realidade da memória da comunidade local no futuro, uma experiência que ficará marcada para o resto de sua vida. Depois a Flávia contou a história do sonho de Priscila, relatando sobre suas peripécias; A Grazi e a Andréia, contaram uma história sobre uma viagem que elas fizeram no carnaval de 2007 para Diamantina. A Inês contou uma história de quando ela era criança na casa de seus avôs, relatando que ela e seus primos sempre corriam escondidos para beber vinho, e como hoje em dia esse ato ficou só na lembrança, pois todos já cresceram e o vinho já não tem mais um valor especial para ela, somente ficou na lembrança a imagem de um passado divertido.
Enfim, o grande negocio das experiências e histórias de vida, é como você as conta, pois esse é o diferencial para se obter êxodo na credibilidade do outro sobre aquilo que agente fala ou conta.

BIOGRAFIA
DOS AUTORES
Federico Felini
Fellini nasceu em 1920, em Rimini, pequena cidade litorânea da Itália. Começou como jornalista em Florença, na revista de humor "Marc Aurelio", demonstrando ser excelente desenhista e caricaturista. Logo depois, passou a escrever pequenos roteiros e piadas para comediantes. Seus mestres no cinema foram Rossellini, para quem trabalhou em vários projetos (inclusive "Roma, cidade aberta" e "Paisà"), adquirindo conhecimento da mecânica da produção audiovisual, e Lattuada, com quem co-dirigiu seu primeiro filme.
A inspiração neo-realista é evidente na primeira fase de suas obras, com muitos personagens populares, de fácil identificação e grande carga emocional. Pouco a pouco, contudo, a imaginação de Fellini foi superando seu compromisso com a realidade. Em "Oito e meio" já estão presentes o sonho, a fantasia e o grotesco, que formariam a matéria-prima de sua carreira.
Fellini escrevia roteiros, mas sempre a contragosto. Dizia que era uma pena transformar em palavras o que, na verdade, deveria ser transportado diretamente da sua imaginação para o filme. Gostava de improvisar, de trabalhar com não-atores e de não planejar muito sistematicamente sua rotina de trabalho. Sabia cercar-se de outros grandes talentos, que enriqueciam os filmes e davam um suporte seguro para suas "pirações": Giulietta Masina (atriz), Marcello Mastroianni (ator), Nino Rotta (músico), Tonino Guerra (roteirista).
Apesar de, em alguns filmes (principalmente em sua obra-prima "Amarcord" e no feroz "Ensaio de Orquestra") abordar temas políticos, Fellini não se sentia à vontade com cobranças ideológicas: "Minha natureza não é política; e o discurso político me confunde na maioria das vezes. Não o compreendo. Mas confesso isso como uma fraqueza, como uma de minhas carências."
Poucos diretores de cinema conseguiram marcar tão claramente seu estilo, a ponto de virar adjetivo. Dizer que tal filme ou tal personagem é "felliniano" significa identificá-lo com a estética ao mesmo tempo barroca e popular de seus trabalhos das décadas de 60 e 70, em que o exagero e a predileção pelo inusitado conduzem, na verdade, a uma reflexão séria - e muitas vezes cruel - sobre o cotidiano de seres humanos frágeis e anônimos. Em seus melhores filmes, como "Os boas vidas", "Julieta dos espíritos", "A doce vida", "Amarcord" e "La nave va", Fellini demonstra que o cinema pode ser absolutamente autoral sem perder sua universalidade.

Frederico Canuto
Um professor interessado no estudo, análise e produção de teoria, história e crítica urbana, de 30 anos, nascido em Belo Horizonte. Contou sua experiência em uma viagem a Recife. Na qual criticou o fato de viajar para apenas sentar e ver o tempo passar ou assistir coreografias perfeitas de uma infra-estrutura produtiva cujas engrenagens perfeitamente montadas expelem qualquer possibilidade do fortuito, do acaso, do erro.

INDICAÇÕES DE SITES RELACIONADOS AO TEMA ESTUDADO
http://historiasdocontador.blogspot.com/
http://www.ppghis.ifcs.ufrj.br/media/topoi5a2.pdf
http://cooperativas.sarava.org/node/23
http://www.planetanews.com/produto/L/48295/historia-cultural--experiencias-de-pesquisa-sandra-jatahy-pesavento.html
http://www.etapas.org.br/site/index.php?option=com_content&task=view&id=54&Itemid=1

NOTÍCIAS RELACIONADAS AO ASSUNTO ESTUDADO
http://www.revista.iphan.gov.br/materia.php?id=189
http://www.gazetaesportiva.net/reportagem/futebol/rep460.php
http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=447DAC001
http://veja.abril.com.br/311001/p_130.html
http://www.estado.com.br/editorias/2007/09/19/

[doc-m] juliana [bonitinho]

A aula do dia 14/09/2007, começa com a discussão sobre os trabalhos feitos na aula anterior.
O professor cita que no séc XVll, para se fazer um sapato era um processo minucioso, hoje se compra direto, não consegue narrar com detalhes, as pessoas não se interessam mais com as coisas. Temos todos os estímulos ao mesmo tempo, impossibilidade de todas as experiências. O Fred (professor), cita um livro lido por ele que fala sobre a história da sardinha, até o consumo final...isso demonstra que as pessoas não sabem de onde vem as latinhas de sardinha ou a lata, e qual a relação entre elas.
Assistimos a um filme de nome Amarcord de autoria de Frederico Fellini. Através dos olhos do personagem Titta, o diretor Federico Fellini revê a sua vida familiar, a religião, a educação e a política dos anos 30, época do fascismo.
Fala dos sonhos de um outro mundo, sonhos alimentados pelos turistas de um hotel de luxo, por um transatlantico que por ali passa, pelo cinema e pelo início do fascismo.
Entre os personagens estão o pai e a mãe de Titta; um padre que escuta confissões só para dar asas à sua imaginação anti-convencional; Gradisca, a mulher da tabacaria; Volpina, a ninfomaníaca, o tocador de acordeão cego, entre outras personalidades do povoado. É um filme discreto e sereno, com momentos poéticos, irónicos, plenos de sensibilidade e com uma alegria comedida. Entre algumas curiosidades sobre o diretor, podem ser citadas que Fellini nega que o filme seja uma autobiografia da sua própria infância. O título Amarcord é uma referência à tradução fonética da expressão io me ricordo (eu me lembro), usada na regiãode Emilia - romagna, onde o diretor nasceu. Apesar de lançado em 1973, Amarcord concorreu ao Oscar de1976, pois seu lançamento nos Estados Unidos ocorreu apenas naquele ano. e negou que o filme fosse umaautobiografia, mas reconhecia que existiam semelhanças São destaques no filme Nino Rota e minucioso figurino de Danilo Donati.

Neste filme mostra uma história de um monte de gente contando um monte de coisa, pessoal se vê, vê a sexomaníaca, e vê as gostosas da cidade.No estado vivido as histórias se procedem.
Acabado o filme, o Fred nos conta sobre seu Blog e sobre a história de sua viagem a Recife, ele resolveu pegar uns dias para descansar e resolveu ir para Recife, lá conheceu uma pessoa que o chamou para plantar árvores no asfalto, e ele foi, plantou 12 árvores e conheceu muitas pessoas, tais como Fernando o caminhoneiro que o levou para sua casa , também conheceu Valtecí, Raimunda, e Telma e ele entra na história como protagonista, comeu giló, macacheira, cuz cuz e todas as comidas típicas da região...
Ele obteve uma grande noção de arte pois o projeto era colocar mudas de árvore durante 3 dias, plantar na cidade, depois tirar foto e começar novamente. Tem um responsável para cada muda plantada, que vigia todo seu processo evolutivo depois a pessoa conta a história da planta durante 30 dias analisando-a.
Mesmo estando em Recife, Fred não se contenta e come Mc Donalds, olha o padrão EUA. E ainda diz que somos uma geração que conhecemos praia, pois na época de nossos pais não era tão fácil como atualmente. Cita ainda que ir para Recife comer camarão, é melhor ir para Guarapari. Ele queria trazer desta visita tão inusitada, o sutaque, o jeito carinhoso de falar : “ Meu linduu, não se avexe”.
Novamente como citado por Bruno Paiva na aula anterior somos interrompidos desnescessáriamente pela cordenadora Fabiana para entregar o jornal de Turismo.
Voltando a aula, fazia 10 anos que Fred não viajava para um lugar mais distante, ele não tinha sedução de comer camarão e ir a praia. Esta geração não vai chegar a lugar algum, vão se cansar de praia, diz ele.
Logo após a citação de sua viagem, fomos elaborar um texto de recortes de jornal sobre as palavras e a imagem e como elas marcam uma história. Palavras: Biboquê, sonho, chapinha de cabelo, peixe grande, vinho.
O meu texto ficou assim: “ Algumas pessoas têm a chance de tornar seus sonhos realidade. Alguns fatores são modificáveis como: histórico – familiar e metas. Daniele é uma menina que sonha com a carreira de piloto de aeronave. Seu pai é dentista e sua mãe professora, a sua história familiar não tem nenhum indício para esta idéia... mas sonhos movem o mundo... é só acreditar!”
Ao final da aula o professor dá a palavra chave: Bunitinho.
A Grazi e a Andreia fazem uma apresentação da viagem feita pela dupla a Diamantina. Dizem que o padrão chapinha no cabelo foi despadronizado pois ela se molhou e saiu do convencional.

Palavra Chave: Bonitinho

?????????????????????????????????

[doc-m] sara [bonitinho]

A aula do dia 14/09 teve início com a apresentação dos alunos Bruno Paiva e Inês Mattar, onde houve uma discussão sobre experiências; foi colocado que a experiência pode ser pura ou impura, bela ou feia. Segundo o dicionário, a palavra experiência tem o significado de ser um conjunto de percepções e reações físicas, cognitivas e emocionais que as pessoas experimentam quando vêem ou interagem com um produto ou sistema. Nos dias de hoje, as pessoas não tem mais um tempo para prestar atenção nas suas experiência, principalmente relacionadas com alguma história que tenha ouvido ou lido em algum lugar ou momento de suas vidas. No geral a população é estimulada 24 horas por dia por diversos fatos que não permitem que elas tenham a possibilidade ou percepção de coisas ou lugares . Nesse contexto entra a história do peixe-grande, “A história do filme é centrada num homem chamado Edward Bloom (Finney), cuja história é contada a partir do ponto de vista de seu filho, William (Crudup). O garoto pouco sabe sobre a verdadeira vida de seu pai, mas, usando a imaginação, ele começa a montar o quebra-cabeça preenchendo os vazios entre fatos reais e histórias fantásticas de proporções épicas que foram contadas para ele..” esse filme mostrou que para se contar uma “verdadeira” história, tem que ser bem devagar e não superficial pois dessa maneira perderá o sabor da sensação de adquirir uma experiência nova.
Ao percorrermos a trajetória das histórias contadas, refazemos um percurso da própria humanidade e da forma como esta vem se comunicando através dos tempos. Isto porque a tradição de contar histórias, ou a tradição oral ou ainda a literatura oral, como também é conhecida; é talvez tão antiga quanto à própria história dos seres humanos.
Pode-se perceber que no filme Amarcord mostra uma história fragmentada, com narrativa nem sempre realista, pois está baseada em lembranças esparsas, imaginações e sonhos. A cena em que vimos, foi à parte em que a comunidade se reúne em uma praça enorme, perto da igreja matriz, para comemorar a chegada da primavera, com uma grande fogueira no centro delas. Cada pessoa contribuía com algum objeto que pudesse colocar na fogueira para ser queimado e ao mesmo tempo manter o fogo acesso para que pudessem comemorar com muita alegria e festa. A história da festa da primavera é para eles uma recordação que seus antepassados deixaram como herança de uma cultura que esta sendo preservada através das experiências que eles obtém sempre que ocorre na passagem da estação inverno para a primavera.
Nunca devemos esquecer o passado, sobretudo para lembrar as coisas boas e evitar cometer às falhas.
E como no filme mostra, é importante recordar sempre das lembranças e experiências vividas e, sobretudo, aprender que temos de tirar o maior proveito e alegria na oportunidade que foi dado, e viver e conviver com as histórias do passado ou do presente como forma de adquirir um conhecimento maior,e crescimento sobre a vida.
Depois de termos discutidos sobre experiências, recordações, lembranças e primaveras, o professor Frederico, pediu que cada aluno fizesse um trabalho relatando uma experiência histórica, podendo ser própria, verdadeira ou não. Logo depois ele começou a interrogar a aluna Valéria pedindo para ela contar um caso onde pudesse escrever sobre uma experiência própria. Essa escreveu sobre uma aluna do 2° período, quando ela dava aula no primário. A Valeria começou a relacionar uma experiência do passado, que nesse caso foi sobre a Amanda, uma menina linda, de cabelos enormes e cacheados, branquinha e muito educada, segundo ela, nesse momento ela mostrou uma imagem de um bebe bem fofo, que tirou da revista para montar sua experiência no papel, quando os alunos virão, tiveram uma reação surpreendente. A aluna Graziele gritou lá do fundo “Ai que Bunitinho”, todos cairão na gargalhada, pois foi muito original. A Grazi relacionou uma foto qualquer tirada da revista com uma experiência narrada através de uma historia passada a muitos anos atrás com a Valéria.
Uma experiência que eu passei em um sábado destes foi quando fui ao cinema com minha irmã. Terminado o filme, caminhando para a área de alimentação do shopping, cruzamos com duas jovens, uma delas empurrando um carrinho com um bebê.
Elas se aproximaram de nós, e minha irmã, sorridente, disse- me que a moça que estava empurrando o carrinho era sua amiga, tinha sido sua professora de informática. Conversamos um pouco, brincamos com o bebê, e nos fomos.
Comentei com minha irmã: “Bonitinho o bebê da sua professora!”
Minha irmã sorriu e disse que sua professora era a avó, o bebê não era dela e sim da menina que estava ao lado, que é sua filha!
Surpreso, perguntei quantos anos ela tinha?!: quinze anos, respondeu minha irmã, teve o bebê com 14, resultado de uma “ficada” em uma dessas festinhas realizadas para tal fim! Obviamente é mãe solteira, não se sabe quem é o pai!
Ao saber disso, pensei imediatamente sobre o que tenho lido em reportagens, e no meu contato com essa realidade através de conversas com amigos e com adolescentes e jovens adultos. Nesse caso a palavra “bonitinho”, foi para caracterizar a formosura do bebe, mais ao mesmo tempo para remeter a imagem de uma situação negativa, onde o bebe bonitinho era filho de uma mãe que teve seu neném muito precocemente.
Logo após, começaram a ser ouvidas várias e várias histórias sobre diferentes experiências dos alunos. Uma delas foi do professor Frederico, onde ele expôs uma história de bastidor, como ele ingressou a Newton Paiva, como foi sua experiência perante a entrevista diante de uma pedagoga e de outras pessoas que compunham a banca, sobre seu passado como professor e outras peripécias. Contou sobre sua viagem a Recife, onde ele mais alguns amigos plantaram no meio fio, como forma de fazer algo diferente, e ao mesmo tempo adquirir uma experiência nova, que pudesse ficar marcada não só em sua memória, mais na historia da comunidade, pois ali nasce um novo projeto. Depois a Flávia contou a história do sonho de Priscila; A Grazi e a Andréia, contaram sua história incrível, emocionante, e aventureira sobre uma viagem que elas fizeram no carnaval passado para Diamantina. A Inês contou uma história de quando ela era bem pequena na casa de seus avôs, que estava relacionado à palavra-chave vinho. Onde este era o centro da experiência vivida por ela e seus primos, e mostrou que hoje em dia, não é a mesma coisa (de quando era criança), mais lhe resto uma lembrança positiva de um passado que sempre vai ser relembrado quando ela sentir o cheiro de vinho.

Biografia
Federico Fellini
Fellini nasceu em 1920, em Rimini, pequena cidade litorânea da Itália. Começou como jornalista em Florença, na revista de humor "Marc Aurelio", demonstrando ser excelente desenhista e caricaturista. Logo depois, passou a escrever pequenos roteiros e piadas para comediantes. Seus mestres no cinema foram Rossellini, para quem trabalhou em vários projetos (inclusive "Roma, cidade aberta" e "Paisà"), adquirindo conhecimento da mecânica da produção audiovisual, e Lattuada, com quem co-dirigiu seu primeiro filme.
A inspiração neo-realista é evidente na primeira fase de suas obras, com muitos personagens populares, de fácil identificação e grande carga emocional. Pouco a pouco, contudo, a imaginação de Fellini foi superando seu compromisso com a realidade. Em "Oito e meio" já estão presentes o sonho, a fantasia e o grotesco, que formariam a matéria-prima de sua carreira.
Fellini escrevia roteiros, mas sempre a contragosto. Dizia que era uma pena transformar em palavras o que, na verdade, deveria ser transportado diretamente da sua imaginação para o filme. Gostava de improvisar, de trabalhar com não-atores e de não planejar muito sistematicamente sua rotina de trabalho. Sabia cercar-se de outros grandes talentos, que enriqueciam os filmes e davam um suporte seguro para suas "pirações": Giulietta Masina (atriz), Marcello Mastroianni (ator), Nino Rotta (músico), Tonino Guerra (roteirista).
Apesar de, em alguns filmes (principalmente em sua obra-prima "Amarcord" e no feroz "Ensaio de Orquestra") abordar temas políticos, Fellini não se sentia à vontade com cobranças ideológicas: "Minha natureza não é política; e o discurso político me confunde na maioria das vezes. Não o compreendo. Mas confesso isso como uma fraqueza, como uma de minhas carências."
Poucos diretores de cinema conseguiram marcar tão claramente seu estilo, a ponto de virar adjetivo. Dizer que tal filme ou tal personagem é "felliniano" significa identificá-lo com a estética ao mesmo tempo barroca e popular de seus trabalhos das décadas de 60 e 70, em que o exagero e a predileção pelo inusitado conduzem, na verdade, a uma reflexão séria - e muitas vezes cruel - sobre o cotidiano de seres humanos frágeis e anônimos. Em seus melhores filmes, como "Os boas vidas", "Julieta dos espíritos", "A doce vida", "Amarcord" e "La nave va", Fellini demonstra que o cinema pode ser absolutamente autoral sem perder sua universalidade.

Sites
http:
//www.gmoura.com/blog/2007/07/criar-experincias-como-contar-estrias.html
http://www.ppghis.ifcs.ufrj.br/media/topoi5a2.pdf
http://cooperativas.sarava.org/node/23
http://www.planetanews.com/produto/L/48295/historia-cultural--experiencias-de-pesquisa-sandra-jatahy-pesavento.html
http://www.etapas.org.br/site/index.php?option=com_content&task=view&id=54&Itemid=1

Notícias
http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=921
http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=771
http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=926
http://www.chabad.org.br/datas/pessach/artigos/experiencia.html
http://www.escritoriodehistorias.com.br/memoria_empresarial_texto_caminhos.htm

[doc-n] gabriella [mão]

A experiência e sua importância na vida das pessoas. Atualmente, vivenciar determinadas situações, conhecer lugares, culturas, povo, arte, tecnologia e outras coisas mais não têm o mesmo significado de antes. E o que as pessoas conheceram e souberam admirar no passado, não são mais as mesmas que são conhecidas e admiradas hoje em dia. As mãos que construíram, que fizeram surgir tudo isso não existem mais e as mãos que tocam hoje já não são as mesmas de antes e, por isso, não possuem a mesma sensação e muito menos a experiência.
O tempo passa, algumas coisas envelhecem e permanecem assim e outras são substituídas pela tecnologia, pela novidade, pelo status e aí que se perde a experiência. O que se vive e o que se conhece e aprende não é mais aprendido nem vivido pela futura geração, pois as mãos mudaram.
Muda-se a cada ano o modo de vida das pessoas, a tecnologia avança e as máquinas vão se modernizando, as artes e o patrimônio histórico vão se reformando e acabam perdendo seu valor real, sua forma real.
Alguns exemplos podem ser tomados a partir dessa afirmação acima, pois sabemos que uma criança de 10 anos hoje não conhece e nem imagina coisas que conhecemos na nossa infância e, com isso, não conseguimos passar nossa experiência para a mesma.
Outra situação que pode ser abordada é em relação aos patrimônios históricos-
culturais. Sabemos que eles existem até hoje, mas não vivemos na época que foram construídos e desfrutados e, então, não fazem parte de nossas vidas, não estão vinculados à nós, não foram feitos e muito menos tocados por nós. Podemos dizer que não tivemos nenhuma experiência com isso.
E hoje, com a era digital., acabamos conseguindo mostrar pra a geração futura as nossas viagens, passeios, compras, e tudo através de internet, vídeos, câmeras fotográficas, porém, a experiência mais uma vez nunca poderá ser vivenciada por esses indivíduos que assistirão às cenas e nós mesmos não resgatamos o verdadeiro sentido das coisas, pois achamos que uma simples foto mostra tudo e diz tudo.
As pessoas precisam entender e buscar o real significado das experiências vivenciadas e tentar resgatar nossas raízes, pois tudo isso está nas nossas mãos.

[doc-n] flávia [mão]

Experiência e sua importância na vida das pessoas. Hoje em dia não conseguimos ter a mesma liberdade de antigamente pois a violência é grande, com isso deixamos vivenciar determinadas situações, como conhecer lugares que temos vontade , diferentes culturas etc...
Devido essa transformação ,podemos dizer que consequentemente a geração de hoje em dia não consegue aproveitar, admirar e vivenciar as coisas como um dia foi vivenciado por nossos parentes como nossos Pais , Avós(ô) Tios .
Claro que com o passar dos anos as coisas inovam . Muitas vezes o interesse surge através de imagens que vemos através de livros, internet , fotos guia turístico mapa, daí surge o interesse de estar vivenciando aquilo naquele momento .A tecnologia está avançada pois tem determinados lugares que não temos condições de ir e vivenciar a emoção de perto , mais podemos através da internet entramos e sites e assim conhecer museus,palácios,países e culturas diferentes da nossas. Deixando claro que são emoções diferentes de ver e estar .
Cada ano que se passa os estudiosos vão aperfeiçoando as coisas de maneira que é capaz de fazer o serviço de um ser humano .Ex Robôs perdendo assim o valor.
Outra situação que pode ser abordada é em relação aos patrimônios históricos ­culturais. Sabemos que eles existem até hoje, mas não vivemos na época que foram construídos e desfrutados.
Hoje em dia em pleno o séc XXI temos aparelhos de altíssima importância que podem registrar coisas que o pessoal de antigamente não teve acesso.Ex.câmera digital, filmadoras conseguimos captar momentos , paisagens que o pessoal de antigamente guarda só na memória então assim podemos compartilhar com nossos filhos que estão por vir alguns momentos de felicidade .Em um determinado local, lugar pode ter passado várias pessoas mais a vivencia é diferente de individuo para individuo cada um com sua sensibilidade .
Como foi citado na sala , nosso mundo dentro de casa é nosso quarto onde podem ter vários objetos de diferentes formas acaba causando um ar de vida completa, podendo ser objetos padrões que não contém essência.
Por isso muitas coisas depende de nossas Mãos. Conceito artesanato( artesão)
ARTE+ MÃOS

[doc-n] francine [mão]

A relação entre as pessoas hoje em dia é, e sempre será diferente da relação que nossos pais e avós viviam em suas épocas. Diante dessas passagens de épocas vividas dos nossos pais, avós e bisavôs ficam para eles somente lembranças e saudades de tempos tranqüilos e, a vontade de proporcionar o mesmo prazer que tiveram, para futuras gerações. Foram momentos insubstituíveis para eles e, seus relatos não transmitem por completo seus sentimentos vivenciados.
As conversas na janela, na varanda ou até mesmos na calçada de casa, são lembranças que deixam saudades. Tempos esses, onde meninas aprendiam e cuidavam dos afazeres de casa e, meninos tomavam conhecimento com os grandes mestres e chefes de famílias. Esses ensinamentos eram geradores de responsabilidade, respeito e admiração pelos mais próximos. Nesse contexto via-se um grande número de artesanato onde todos poderiam se beneficiar das experiências que eram passadas durante sua preparação. A mão tinha sua vez em todos os momentos, pessoas poderiam trocar experimentos e favores usando suas próprias mãos. Além dessa preciosidade feita com as mãos, tinha também o importante convívio social que ela proporcionava, esse fato dava a certeza que as gerações seguintes eram preparadas para dar continuidade de uma história. A pessoa que vivenciava aquele momento, com certeza colhia bons frutos e, essa experiência era contada como forma de educar o cidadão com qualidade.
Mas, hoje como educar um ser que vive isoladamente e para a era eletrônica? A industrialização desse mundo atual gerou a busca incessante pelo moderno, e conseqüentemente caiu no esquecimento aquela velha história contada pelos nossos avós – a experiência. A arte de contar foi se declinando tanto que as tradições culturais ninguém sabe vivenciar, muito menos contar seus ensinamentos para as gerações futuras. É impossível para aquele ancião transmitir para essa nova era seus prazeres e experiências obtidos no trabalho fragmentado, sabendo que essa mesma geração dá valor aos pobres apegos da tecnologia.
O desenvolvimento da técnica gerou seres que valorizam a comunicação que é transmitida pela televisão e internet em geral. A valorizando é tal, que chega a ser difícil combinar aquele almoço na casa da vovó, onde as pessoas se encontravam e aproveitavam para trocar idéias, infelizmente temos a disposição uma lista de pizzarias e China in box que leva seu almoço a qualquer hora do dia, pior que isso, são aqueles internautas que fazem sexo pela internet. São essas pobres experiências e vivências que eliminam a troca calorosa das mãos.
Se esse valor de convívio social já é substituído pela modernização, é mais difícil exigir a atenção desse ser para os velhos patrimônios, mesmo porque muitos deixam de carregar os acontecimentos marcados em épocas de seu uso, as experiências que ali foram marcadas se dissipam a cada ano que passa. Esses patrimônios com caras conservadas e envolvidos pelos vidros transmitem a frieza e a certeza que ali não se tem marca alguma que se identifique com o observador, são experiências que se ajustam ao mundo.
Viver de experiências pobres é gerar educação nenhuma para nossos possíveis contadores de história. Não quero dar as costas para o moderno, mas sim, resgatar o tratado das grandes virtudes, que é transmitida pelo contato e respeito entre os seres.

Esses anciãos se sentiam orgulhosos com suas experiências e de alguma
forma poder beneficiar as futuras gerações com seus relatos, mas infelizmente seus ensinamentos são vistos como meras anedotas.
Mal sabe a nova geração que trabalhos feitos manualmente são terapias para adquirir paciência,

Os artesãos sentem uma grande frustração por não conseguirem admiradores e ou interessados por aprenderem suas artes, devido a esse desinteresse os delicados bordados da vovó estão desaparecendo. São trabalhos que são feitos com paciência manual e dedicação.

links
http://www.opovo.com.br/opovo/vidaearte/725525.html
http://www.opovo.com.br/opovo/vidaearte/727295.html
http://www.itapedigital.com.br/rol/index.php?option=com_content&task=view&id=1843
http://gazetaonline.globo.com/jornalagazeta/cidades/cidades_materia.php?cd_matia=352936&cd_site=97
http://www.oprimeirodejaneiro.pt
http://www.jcnet.com.br/editorias/detalhe_geral.php?codigo=112311

[doc-n] fernanda alves corrêa [mão]

A aula do dia 10 de setembro de 2007, ministrada pelo professor Frederico teve como principal tema a preservação do passado e como esse passado esta perdendo a cada dia sua importância. Mas por quê? Por que estamos deixando que nosso passado seja esquecido?
Vivendo em um mundo globalizado, não podemos deixar de citar que a globalização junto com a velocidade das mudanças que tais sociedades vêm experimentando nos últimos anos, acarreta principalmente no sentimento de perda do sentido do passado.
Antigamente as historias eram passadas de geração em geração, existindo assim uma relação familiar, que conservava os costumes e preservava as tradições de toda uma época e de toda uma história.
Atualmente isso não acontece mais, pois as pessoas estão cada vez mais individualistas e cada dia mais insensíveis e acabam deixando de lado suas tradições e seus costumes, para viver em um mundo fechado, em um mundo de esquecimento fácil.
Esse mundo de esquecimento fácil, o mundo globalizado, traz consigo os canais de comunicação, televisão, internet etc através deles percebemos que a sociedade é manipulada e educada de forma erronia, criando assim uma pobreza de experiências.
A lacuna criada entre o tempo atual e o tempo que se passou é um dos grandes problemas que enfrentamos para entendermos como nossos avos e nossos pais viveram. Como podemos valorizar o patrimônio cultural se ele não mais esta vinculado a nós?
Pois se a história oficial não fosse contada e relatada da forma que lhe convém, disfarçando e falseando os acontecimentos, omitindo fatos vividos que ficam ao esquecimento, talvez a história fosse diferente.
Seguindo a tradição dos antigos, onde o conhecimento era passado de geração em geração através da história oral, poderíamos utilizar as ferramentas atuais para armazenar nossas vivências através da internet, livros, revistas, guardando na memória de um computador, impressoras, fotografias, estimulando assim o processo de troca de conhecimento entre as gerações resultando na necessidade de instruir o cidadão sobre seu passado histórico.
Se a população não deixasse ser levada pelas coisas do mundo, se realmente eles tivessem amor pela sua história, amor pela tradição e respeito pelas gerações, isso tudo não aconteceria, por exemplo, um artesão que faz suas obras com todo amor e carinho, desconsiderando a tecnologia e trabalhando manualmente, deveria ter muito mais respeito e consideração pelo que faz do que uma grande empresa que produz várias coisas em longa escala, pois a mão neste contexto significa o amor pela tradição, pelos costumes, e o trabalho cuidadoso de uma pessoa que valoriza o que faz.
Para finalizar podemos concluir que se não houver uma conscientização da importância da historia passada de geração em geração pelos nossos familiares e um desligamento do mundo globalizado, nosso passado ira se perder ao longo das décadas e nunca mais retornará.


Links
http://www.abagrp.org.br/jornal/index.asp?pagina=1&id_edicao=53&id_secao=194
http://www.universia.com.br/html/noticia/noticia_dentrodocampus_ecfj.html
http://www.dhnet.org.br/w3/sebopirata/cartasebo.htm
http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20060914142418AAs1NTK
http://www.conpedi.org/manaus/arquivos/Anais/Marco%20Aurelio%20de%20Carvalho%20Martins.pdf

Notícias
http://www.abagrp.org.br/jornal/index.asp?pagina=1&id_edicao=53&id_secao=194
http://www.universia.com.br/html/noticia/noticia_dentrodocampus_ecfj.html
http://www.dhnet.org.br/w3/sebopirata/cartasebo.htm

[doc-n] bruna [mão]

A relação que existe entre as coisas velhas, as experiências vivenciadas, atualmente são diferentes, tornou se mais difícil passar as experiências a outras pessoas que vivem no mundo da multimídia uma vez que o nível informativo segue outra linhagem de conhecimento e a circulação de informações e muito veloz.
Essa relação só será efetivamente legítima quando a experiência for igual para relator e ao ouvinte a partir desse momento inicia-se a troca de informações comum a duas ou a um grupo de pessoas que compartilha de similaridade de opiniões.
A palavra artesanato significa fazer arte com as mãos, isso subtende que a relação do trabalho do artesão com a matéria prima tenha uma significância maior, pois existe aqui toda a manipulação com o objeto de trabalho, portanto, uma proximidade na relação de trabalho que também envolve o sentimento de afetividade quando se torna uma tradição familiar.
No atual contexto da sociedade pós-moderna, as coisas estão tão grandes que a transmissão do conhecimento tornou – se solto, pois as coisas e as pessoas estão cada vez mais distantes e não envolve tanto com as coisas ou circunstâncias que as mesmas acontecem. Acredito que as coisas atualmente são previsíveis em decorrência disso o ser humano não se envolve no processo de trocas de experiências.
A ilustração do que o contato pela mão provoca, pode ser observado na análise do que era o drive – in ( dec 30 - 40) até os dias atuais. Inicialmente s dirve-in era um local afastado da cidade onde as pessoas se reuniam (isso envolve briga, bebida, comida, fumo, transa, contato e etc). Quando muda o ambiente e adota um estilo “Mcmania” existe ai um distanciamento das pessoas, pois, agora e um local que denomina Fast-food tem outro funcionalidade, lanches rápido rompendo com o conceito de sociabilidade ou algo que extrapole isso promovendo experiências diferentes.
Analisando a proximidade das coisas na ótica do patrimônio cultural, percebe-se que existe uma cultura institualizada que diz o que e arte, o que patrimônio da humanidade. A relação de experiência com um patrimônio não tem um valor legítimo quando a experiência não faz referência à vida de uma pessoa. Como dizer que o quadro da Monaliza é um patrimônio se isso não se vincula a minha realidade. Pensar que este quadro e um patrimônio que pertencente a Leonardo da Vinci devido à proximidade com seu trabalho e que tem expressão internacional e não pertence à humanidade, pois é negado o direito de contato com a obra.
A cultura do envidraçamento provoca o distanciamento total das coisas como se apagasse todos os vestígios da dicotomia ser humano e sua relação com o patrimônio. Esta proximidade e negada, pois não se pode utilizar o espaço que seria da humanidade. Isso promove um turismo mecânico onde vivencia uma experiência que não própria. Essa situação não provoca o estranhamento nas pessoas de perceber e experimentar as coisas de maneira diferente de modo que o traga uma experiência.
A relação do turismo com a educação patrimonial deverá desviar da linha padrão de pensamento mecânico na interpretação dos espaços. Por exemplo – Minas Gerais – Cidade Histórica – Igreja – Barroco mineiro- séc XV deve-se, no entanto perceber que existem vidas acontecendo entre cada trajetória do passo-a passo dos guias turísticos.


Conceito Chave: Mão
O poder da proximidade que a mão provoca na percepção das coisas e a influência que ela tem no processo das trocas de experiência. A tatibilidade das mãos observada a partir do contato com o patrimônio influenciando na percepção dos espaços.

Sites
www.artedasmaos.com
www.geocities.com/Athens/4539/adamsmith.html
www.mao.gov.br

[doc-n] sérgio [mão]

“A solução de continuidade entre as gerações depende da impossibilidade de transmitir a experiência, de fazer evitar aos outros os erros já cometidos por nós.”
E assim que percebemos uma lacuna entre a historia sobre o presente, pois o passado visto hoje depende inteiramente da imaginação fértil de uma pessoa a criar em sua mente uma realidade da qual não faz mais parte. Uma visão apenas fotográfica, cartão postal de uma matéria que não viveu que não encostou nem sua mão em algum personagem da época, talvez em um ator de teatro do qual se produziu com todo esplendor da época e tentou-se reproduzir de maneira apenas abstrata um acontecimento “histórico”.
Como um arquiteto em sua conclusão de mestrado disse “deixo aqui vozes em minha mente que me perguntam as mais diversas duvidas de um objetivo”

História ou estória? Eis a questão...
Será que história existe ?????!

Sim, porem a sua, a sua historia vivida, o que você fez ontem, ou anteontem.... Talvez semana passada.. Esta sim é a sua historia! Será ?!
Seu tio lhe conta uma estória de uma bela donzela que em sua juventude teve relações que o levaram ao êxtase tirando seu fôlego!! Aquela morena que lhe rendeu muito suor, serenatas, boêmia e poesias para conquistá-la.... porem, sobrinho, sua época é outra, você jamais passara a mão pelo corpo rígido de pele lisa e cabelos castanhos sedosos da tão falada morena, e sabe o porquê disso?? Ela pertenceu à outra época, hoje aos seus 70 anos não apresenta a mesma dureza de teus seios e sim pelancas, cabelos brancos e um sorriso com poucos dentes. E você também não vai conquistar sua paquera do colégio com serenatas e boêmia e sim com baladas, funk e e-mails. Sua geração é outra!
Talvez você nem passe a mão em sua namora se ela for virtual, porque atualmente a vida paralela em televisões, rádios e internet alienam os homens ao individualismo. Cotidiano é o seu nome, sedentarismo sobrenome.
Não, mas talvez sim! As buscas por diversas explicações por coisas que acontecem de forma rápida é uma maneira de se conviver com o girar cada vez mais rápido de um planeta. Amem...
Talvez esse planeta seja o seu patrimônio se te representar algo. Ou talvez o planeta possa se desintegrar por não fazer nenhuma diferença em sua vida, isso e uma questão totalmente de vivencia e individual. Mas “deixe uma bebida por perto porque você pode estar certo que vai chorar...”
Patrimônio é aquilo que inervem, modifica e faz parte de sua vivencia.
Coloque a mão e o torne seu patrimônio, pois tudo faz parte de um padrão dês que ele não seja tocado.
Para finalizar e quietar o fluxo temporal deixo um recado: Uma vivencia diz muito mais que um livro de historia. Viva o seu momento, faça a sua historia e guarde para você mesmo, pois ela não valerá nada no amanhã.


Links:
http://citador.weblog.com.pt/arquivo/247761.html

[doc-m] cecília [chapinha]

[doc-m] bruno rimulo [sonho]

[doc-m] naithê [sonho]

A aula do dia 30/07 a principio o professor falou sobre a vida do auto Walter Benjamim (que será comentado mais pra frente), e começou a ler o texto Experiências e pobreza.
No começo do texto, tem uma parábola , de um velho que no momento da morte revela aos seus filhos a existência de um tesouro enterrado em seus vinhedos .Os filhos cavavam mas não descobriram nenhum vestígio de tesouro. Com a chegada do outono, as vinhas produziram mais do qualquer outra região. Só então os filhos compreenderam que o pai queria transmitir uma certa experiência: a felicidade não está no ouro mas no trabalho.
Essas experiências e historias vividas,não são mais transmitidas para os filhos e netos como antigamente,podendo causar uma ausência de identidade. Isso ocorre devido, o empobrecimento e perda de um sentido de coletividade.
Outro exemplo, foi a terrível experiência vivida nos anos de 1914 e 1918 , onde os combatentes que guerrilhavam voltavam da guerra mais ricos em experiências diante das dificuldades passadas e mais pobres em comunicação, no fato de não conseguirem relata o que aconteceu. Essa falta de comunicação vivida acaba se tornando um trauma para essas pessoas.
Diante disso, foi citado o livro “Lembrar, escrever, esquecer” da autora Jeanne Marie Gagnebin, que é exatamente a necessidade das pessoas terem acesso a maior parte do que aconteceu, para então se libertar, sair da duvida e esquecer o que aconteceu.
Antigamente usava-se muito as técnicas da astrologia, ioga, vegetarismo, espiritismo, que permitiam que as pessoas voltassem a todos os lugares e que assim conseguiriam alguma resposta. Essas técnicas hoje não são mais suficientes para explicar o passado, muitos não acreditam que essas técnicas não sejam possíveis de se desenvolver.
Um outro texto citado foi o “Narrador” que fala que a experiência individual, anônima, fundada na objetividade do conhecimento e na eficiência do trabalho, conformada a padrões gerais, é a expressão de um mundo fragmentado, cristalizado, que se produz como somatória de vivências particulares e subjetivas. A imagem do “adulto” moderno, cético, individualista e amargo, é também a expressão de uma temporalidade linear, contínua, que se pretende desvinculada da tradição.

Conceito chave: Sonho
Em todas as épocas os sonhos sempre ocuparam a atenção dos homens. Para alguns povos antigos, os sonhos eram a chave do conhecimento mágico e espiritual, onde seriam reveladas passagens secretas para fatos do passado, presente e futuro. Em psicologia, a análise do sonho é bastante utilizada como instrumento para o terapeuta. Nem todas as correntes da psicanálise fazem uso do estudo dos sonhos, mas para Freud, por exemplo, o sonho diz respeito ao inconsciente e a fenômenos psíquicos durante o sono, sendo o sonho um mapa para o inconsciente.Uma vez que os sonhos estão ligados ao inconsciente, não há, neles, uma seqüência lógica de fatos, não estando presos às leis espaço-temporais do mundo físico. Recheados de fatos cotidianos e de impulsos inconscientes, em geral, tudo parece estranho num sonho, onde muitas vezes somos espectadores, como que vendo um filme, e noutras vezes somos os protagonistas de histórias surreais, onde tudo é possível e desejos inconscientes podem vir à tona. O sonho funciona assim, como um mediador de forças entre o consciente e o inconsciente, fazendo com que situações agradáveis possam ser mantidas e prolongadas durante o sonho, e que situações ameaçadoras possam ser interrompidas.Para Freud, o conteúdo visível do sonho é a história que se desenrola, mas o que mais interessa é o que está por trás da história, os impulsos inconscientes que a originaram.Os sonhos são formados por um complexo conjunto de fatores que ainda não foram totalmente desvendados, seja por místicos ou por cientistas, mas que sempre farão parte da vida do ser humano. Os sonhos revelam um outro mundo, um outro "eu".

Biografia
Walter Benedix Schönflies Benjamin (
Berlim, 15 de julho de 1892Portbou, 27 de setembro de 1940) foi um crítico literário e ensaísta alemão. Foi refugiado judeu alemão, diante da perspectiva de ser capturado pelos nazistas, escolheu o suicídio. Walter Benjamin nasceu no seio de uma abastada família judaica. Filho de Emil Benjamin e de Paula Schönflies Benjamin, comerciantes de produtos franceses. Na adolescência Benjamin, perfilhando ideais socialistas, participou no Movimento da Juventude Livre Alemã, colaborando na revista do movimento. Nesta época nota-se uma nítida influência de Nietzsche em suas leituras.
Em 1915, conhece Gerschom Gerhard Scholem de quem se torna muito próximo, quer pelo gosto comum pela arte, quer pela religião judaica que partilhavam. Em 1919 defende tese de doutorado, A Crítica de Arte no Romantismo Alemão, que foi aprovada e recomendada para publicação.
Em 1925, Benjamin constatou que a porta da vida acadêmica estava fechada para sí, tendo a sua tese de livre-docência Origem do Drama Barroco Alemão sido rejeitada pelo Departamento de Estética da Universidade de Frankfurt. Nos últimos anos da década de 20 o filósofo judeu interessa-se pelo marxismo, e juntamente com o seu companheiro de então, Theodor Adorno, aproxima-se da filosofia de Georg Lukács. Por esta altura e nos anos seguintes publica resenhas e traduções que lhe trariam reconhecimento como crítico literário, entre elas as séries sobre Charles Baudelaire.
Refugiou-se na Itália, de 34 a 35. Neste momento cresciam as tensões entre Benjamin e o Instituto para Pesquisas Sociais, associado ao que ficou conhecida como Escola de Frankfurt, de quem Benjamin foi mais um inspirador do que um membro. Em 1940, ano da sua morte, escreve a sua última obra, considerada por alguns o mais importante texto revolucionário desde Marx, por outros, um retrocesso no pensamento benjaminiano:, as Teses Sobre o Conceito de História. A sua morte, desde sempre envolta em mistério, teria ocorrido durante a tentativa de fuga através dos Pirenéus, quando, em Portbou, temendo ser entregue à Gestapo, comete suicídio. Sua obra exerce grande influência atualmente no editor e tradutor de suas obras em italiano Giorgio Agamben, sobretudo acerca do conceito de Estado de exceção.

Links
http://www.multivita.com.br/sonhos/interpretados.phtml
http://pt.wikipedia.org/wiki/Walter_Benjamin
http://www.historianet.com.br/conteudo
http://www.ceismael.com.br/artigo/artigo038.htm
http://tudobem.uol.com.br/aprenda-como-concretizar-seus-sonhos

Sites
www.google.com.br
www.sonhei.com.br
www.historianet.com.br
www.wikipedia.org.br

[doc-m] inês [chapinha]

A aula do dia 31 de agosto foi baseada em textos do livro “experiência e pobreza” de Walter Benjamin. Para ele a passagem do século XIX para o século XX foi nada mais que uma alienação do indivíduo ao consumo e a pobreza.
Benjamin nasceu ao final o século XIX num gueto judeu em Berlin, mais precisamente em 1892. Filho de Emil Benjamin e de Paula Schönflies Benjamin, comerciantes de produtos franceses, Benjamin tinha ascendência israelita. Em 1917, casou-se e passou a viver em Berna (Suíça). Quis uma carreira acadêmica, mas teve esse desejo frustrado quando a Universidade de Frankfurt rejeitou sua tese de doutorado, brilhante mas anticonvencional. Então, após estudar filosofia em Munique, Berna e outras cidades, fixou-se em Berlim, em 1920, como crítico literário e tradutor.
Os textos de Benjamin, sobre literatura, arte, técnicas ou vida social, ficaram em sua maioria esparsos em periódicos. Em vida, além da tese sobre a tragédia alemã, publicou apenas outros dois livros: Der Begriff der Kunstkritik in der deutschen Romantik (O conceito de crítica de arte no romantismo alemão) e Einbahnstrasse (Rua de mão única), coletânea de ensaios e reflexões.
Sentindo-se ameaçado por ser judeu em pleno nazismo, tentou sair da França em 1942. Ele entregou seus documentos a um amigo para tentar liberar a sua documentação. Já na Espanha, esperava sua documentação ser liberada para sair da Europa. Quando recebe a notícia de que sua documentação foi suspensa, Benjamin suicida para evitar de ser pego pelos nazistas, e então, ironicamente, depois de dois dias, sua documentação foi liberada.

Benjamin relata em seu texto “Experiência e pobreza” como ele vê, em seu tempo na França, o empobrecimento e a superficialização da cultura no sentido com o qual as pessoas levam suas vidas, alienadas ao consumo.
Ele faz uma comparação com a situação em que as pessoas voltaram da Primeira Guerra Mundial, mais pobre do que antes. O pós primeira guerra resultou em uma alienação ao consumo. Ele justifica que antes as experiências das pessoas no seu dia-a-dia eram simples e boas, e depois, durante a guerra, eram ruins, densas e complicadas como são experiências de guerra.
Durante a guerra, as pessoas acabaram sendo convocadas por uma guerra que não era sua, deixando famílias e filhos, para viver numa experiência sem moral que acaba acontecendo por interresses de uma minoria elitizada. E pior é que depois de anos fora vivendo muitas coisas, voltam pra casa (quando voltam) sem nenhuma história pra contar, nenhuma experiência que seja contável aos seus filhos.
Já as histórias de guerra relatadas nos livros, são “bordadas”, “embelezadas” e superficiais. Como discutido nas primeiras aulas do semestre, dito pelo professor, “os livros de história são uma cópia infiel de uma realidade passada”. Porém as histórias precisam ser escritas. As experiências precisam ser passadas mesmo que superficialmente.
Jeane Marie Gagnebn escreveu um livro: “lembrar, escrever e esquecer”. As experiências que vivemos, principalmente as ruins, são lembradas e precisam ser passadas pra frente, serem contadas, escritas para que então consigamos “descarrega-las”, nos livrar delas e enfim esquece-las.
Assim acontece com as mães que tem filhos desaparecidos em conflitos como guerras, ditadura, ela não sabem o que aconteceu ao filho e ficam presas a esperança de que eles apareçam. Só quando se imagina, ou se tem notícia é possível se livrar de tantos sentimentos e lembranças, e enfim esquecer. Porém quando não se tem explicação, quando a realidade não consegue explicar alguns fatos, muitas pessoas ainda ficam pressas em categorias passadas como a astrologia, para dar conforto e explicar tais fenômenos.
Segundo a Wikipédia, a astrologia se baseia em uma série de crenças dos povos da antigüidade, que afirmavam que os astros influenciavam o destino das pessoas e da natureza. Esta prática era utilizada pelas elites sacerdotais (como os magos da
pérsia, difusores da crença) para diversos tipos de previsões, tais como épocas certas para colheitas, e, com o tempo, previsões de fatos relativos aos reis e à nação, como previsões de guerras, catástrofes e sucessão de governantes.
Mesmo sendo uma categoria passada, ultrapassada pela era da alta tecnologia frustando o homem que tinha crenças em tais categorias, a ciências ainda possui lacunas que acabam sendo preenchidas por essas categorias. Como repetiu o Flavio em sala uma frase de Shakspeare “Há mais coisas entre o céu e a terra do que supõe nossa vã filosofia”.

Envidraçamento do cotidiano
Ainda em seu texto, Benjamin fala de uma sociedade do vidro, onde o vidro esta tomando conta preenchendo espaços e mais espaços, presente em “grandes” construções modernas, cleans. A moda do vidro acaba por ser inimiga do mistério, agora tudo se vê. O vidro coletiviza o individual e divulga a intimidade.
A sociedade vive hoje numa vitrine de vidro, e uma necessidade muito expressiva hoje é de se mostrar aos outros, porém não como você é e sim como é p perfeito perante a sociedade.
Assim são grandes patrimônios culturais que acabam sendo “esvaziados” quando são restaurados, como acontece com grandes construções. As serem restauradas acabam por serem mais vistas, mais valorizadas, assim toda a sua utilidade e representada. Sua utilidade é repensada e o local acaba se tornando esteticamente de acordo com os moldes da sociedade de um patrimônio recuperado.
Um bom exemplo dos moldes e padrões da sociedade, são cômodos na nossa casa que são reservados a esses padrões. Na minha casa, e de muitos amigos meus, existe uma sala de visita onde em sua decoração, entre alguns móveis existe um sofá grande e dois pequenos, posicionados de frente com uma mesa baixa no meio, chamada de mesa central. Sabe-se lá quem inventou isso, quando e onde, mas sei que desde os tempos de reis no Brasil esse modelo de sala existe e a gente copia. Ou seja, muda a cultura e continuam os padrões.
Na minha casa, quando vem visita, a gente vai direto pra cozinha ou pra sala de televisão, que são dois cômodos bem informais da minha casa. Porém a sala de visitas continua lá, exposta, assim como se encontram exposições de salas de personagem históricas em museus.
Assim, foi escolhida como palavra-chave da aula “chapinha de cabelo”. A maior moda de hoje é ter cabelos lisos. É o padrão, o que é bonito. Hoje o bonito é o liso, mas por quê? Não existe resposta, seja pobre, não invente, apenas compre uma chapinha e copie os moldes definidos pela sociedade do consumo.

links
Walter Benjamim:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Walter_Benjamin
Primeira Guerra Mundial:
http://www.brasilescola.com/historiag/primeira-guerra.htm
Conheça a astrologia; veja as características de seu signo: http://astrologia.sapo.pt/homepage
Comercialização do envidraçamento: http://www.arcoweb.com.br/tecnologia/tecnologia25.asp