segunda-feira, 12 de novembro de 2007

[doc-n] liliane

A discussão realizada na última aula envolveu alguns temas, dentre eles o filme trabalhado em sala na aula anterior: Lote Vago. A partir de então foi traçado um paralelo entre o filme, e duas novas situações passadas pelo professor, sendo elas: o Pé de que, um programa da Regina Casé, e Edifício Máster, documentário de Eduardo Coutinho.
Primeiramente, sobre o filme foram relatadas as diferentes utilidades que se davam aos lotes vagos que por sua vez eram lugares sem nenhuma utilidade e que muitas vezes não representavam nada para a comunidade. Porém, por meio de um procedimento gerado por algumas pessoas obtinha-se como conseqüência uma situação que modificava a visão que antes se tinha sobre o lote vago sem importância. A partir de então este passava a ser algo de extrema relevância e que é trazido a vida novamente pela comunidade que utilizava aquele lugar podendo reverter a situação de espaço inútil para monumento. Os lotes vagos eram transformados em horta, salão de beleza, sala de brinquedo e de televisão e em um local ideal para a realização de um banquete que mobilizou os moradores do entorno. Estas situações além de incentivar o contato entre as pessoas e fazer com que elas se relacionem, também consegue trabalhar com a educação patrimonial. Isso ocorre, pois se deve entender que um local para ser preservado deve possuir alguma utilidade ou representatividade para as pessoas, caso contrário não se justifica esta proteção que passa a ser incompreendida e sem o apoio daqueles que deveriam ser os maiores envolvidos, ou seja, a própria comunidade.
Num segundo momento é citado o programa “Um Pé de que?” apresentado por Regina Casé no canal Futura, onde o procedimento utilizado por ela baseia-se na escolha de um elemento para se contar uma história. Apesar de ter este elemento que a princípio é visto como principal, ele não é focado em momento algum, mas sim é apenas utilizado para se contar uma história que envolve algo maior. Neste caso específico o programa possui como tema a árvore Jerivá, mas na realidade a história contada a partir deste tema é a história do Rio Pinheiros, do seu entorno e da degradação que o rio estava sofrendo. Neste contexto foi resgatado a importância do rio para as pessoas que foi revertida no projeto de revitalização do Rio Pinheiros conhecido como Projeto Pomar. Ainda sobre esta óptica pode-se citar também a aula cujo conceito chave foi gases, onde o filme a partir do tema vinho trabalhou toda a história e o envolvimento das pessoas a partir deste elemento.
E a última situação relatada pelo professor foi a experiência realizada por Eduardo Coutinho através de um documentário realizado no Edifício Máster. A situação gerada por Eduardo foi contar a história do edifício sob o ponto de vista dos moradores. E o procedimento foi criado a partir da inserção do documentarista e sua equipe naquele meio. Durante dois meses eles se instalaram em um dos 276 apartamentos do edifício e neste período a assistente de produção gravava vídeos dos moradores que pudessem interessar e os passava ao documentarista que selecionou doze histórias para contar a história do prédio. As histórias escolhidas não eram selecionadas por serem bem-sucedidas ou de grande importância, mas simplesmente por descreverem claramente o dia-a-dia do edifício. Além disso, Eduardo Coutinho foi até o edifício para ouvir as pessoas, independente da sua história.
Diante disso, foi possível estabelecer uma semelhança entre o procedimento utilizado por Regina Casé e por Eduardo Coutinho. Apesar de trabalhar com temas diferentes os dois sempre apareciam nas filmagens, semelhantes a um turista, e a partir das situações criadas foi possível contar uma história dos diferentes lugares baseada nos relatos das pessoas, diferente de procedimentos utilizados em histórias oficiais que buscam e baseiam-se em sua maioria apenas em pesquisas através de documentos e livros.
Para finalizar a aula e entender na prática essa questão de se trabalhar um procedimento para se alcançar uma situação onde se é possível trabalhar a educação patrimonial foi passado pelo professor um exercício. Neste, era selecionado por cada grupo uma palavra chave que seria utilizada para que a partir dela fosse construído um procedimento para se contar uma história, assim como foi feito nas duas situações descritas acima. As palavras chave apresentadas foram: edifício, rotatória, água e verde. Dentre estas, a palavra chave selecionada pelo meu grupo foi água. A partir dela criou-se uma história onde após ser realizado o convite e a mobilização de vários moradores de uma localidade próxima ao rio para a realização de um encontro de pescadores e um almoço comunitário seria possível uma maior interação entre a comunidade, além de voltar a atenção de forma indireta para a importância do rio para os moradores.


LINKS
http://www.redebrasil.tv.br/salto/boletins2003/ep/tetxt4.htm
http://www.tvebrasil.com.br/salto/boletins2003/ep/tetxt3.htm
http://www.mnemocine.com.br/aruanda/coutinho2.htm
http://www.rabisco.com.br/09/edificiomaster.htm
www.mp.mg.gov.br/extranet/baixarArquivo.action?idItemMenu=12448

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