segunda-feira, 12 de novembro de 2007

[doc-n] cristiane [metros quadrados]

O Situacionismo surgiu na Europa em Julho de 1957. É um movimento anti-separatista entre arte e vida de crítica social, cultural e política, que, reuni poetas, arquitetos, cineastas, artistas plásticos e outros que se definem como uma "vanguarda artística e política".
A máxima dos situacionistas consiste em que os indivíduos devem construir as situações de suas vidas no cotidiano com o objetivo de terem prazer rompendo com a alienação avassaladora em que somos envolvidos pela cultura mercantilista. Trabalham que o individuo deve se conhecer para assim explorar o máximo de seu potencial para transformar seu cotidiano, criando uma situação em que se quebra a rotina trazendo-lhe satisfação.
A tese situacionista da revolução do cotidiano funda-se na idéia de uma experimentação radical dos lugares da cidade ou mesmo no desenho de uma arquitetura nova, que fizesse superar “a dicotomia entre momentos artísticos e momentos banais”. Quer dizer que deve haver uma articulação, uma situação que provoque no dia-a-dia vivencias entre arte e vida, arte e política, arte e cidade. Estas situações seriam intervenções no ambiente realizadas para reinterpretações do espaço a partir da experiência vivida. É esta experiência vivida que permitirá aquele local ter um significado para o individuo e não ser apenas um monumento qualquer que por ele o individuo passou sem ao menos senti-lo.
Uma grande interrogação para os situacionistas é a discussão de como transformar o cotidiano considerando que o ele se mostra ora lugar de uma vida rica em experiências, ora lugar da escassez a que se deve opor a vida verdadeira. Uma frase que bem ilustrar a idéia de transformação do cotidiano que os situacionistas pregavam é: “construa pra você mesmo uma situaçãozinha sem futuro”.
Um dos principais pensadores sobre o Situacionismo, que conheceu e viveu o movimento é o filosofo Henri Lefebvre que em sua obra Crítica da vida cotidiana, transmite a idéia de criar uma arquitetura que por si mesma instigasse a criação de novas situações. Conforme Lefebvre também é importante entender que o que chamamos de 'momentos', os situacionistas chamam de 'situações', tendo como momentos tudo o que aconteceu no curso da história (amor, poesia, pensamento). Os situacionistas querem criar “momentos novos" e estes novos momentos irão se dar pelas intervenções que possibilitaram as situações para serem vivenciadas. A idéia de um momento novo, de uma situação nova, é a idéia de transformação da sociedade no sentido de continuar uma vida chata e monótona, mas no sentido de criar algo absolutamente novo: situações.
Palavra-chave: Provocação
Provocar no dicionário: Incitar, estimular: provocar o povo à desordem. / Desafiar: provocar a fera. / Promover, produzir, ocasionar/ Exercer tentação sobre.
No contexto do estudo e discussões em sala de aula temos a provocação como algo de suma importância para nos salvar de um ciclo vicioso que entramos sem ao menos perceber. O mundo capitalista nos inseri em uma roda-viva frenética chegando ao ponto de mau termos vida, agindo roboticamente no dia-a-dia. Qual de nos nunca chegou ao fim de um dia sem se dar conta de onde e por quem passou? Estamos acostumados a acordar, sair, trabalhar, ir para a faculdade e voltar para casa e dormir e acordar e sair e assim repetir este ciclo durante dias, anos, durante uma vida inteira sem parar para pensar que no que se faz pode haver um momento em que se pode parar e incluir algo novo nesta rotina que irá trazer prazer, logo, melhorando seu dia.
É preciso provocar é preciso provocar-se e a cidade está a disposição para tais ações. Quão boa é uma intervenção durante a ida para casa que convide a parar naquela praça banal que atravesso todos os dias para assistir a uma peça teatral contando a história daquele local e me fazendo interagir com o ambiente. Isto é modificar a rotina através de uma situação simples, mas diferente do que ocorre todos os dias.

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